Frota atual é de 122 mil; cidade ganha 750 veículos, por mês, segundo dados do Denatran
Se mantiver a atual taxa de crescimento, Araraquara terá, em dez anos, um total de veículos quase igual ao de habitantes. A cidade recebe, por dia, 25 novos carros, segundo relatório do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Isso significa que, por mês, são emplacados, ao menos, 750 veículos na cidade.
Entre 2000 e 2010, a frota da cidade cresceu 56%, passando de pouco mais de 71 mil para 122.369, contados até agosto deste ano pelo Denatran. Em dezembro do ano passado, a cidade tinha 116.488 veículos.
Na frota calculada pelo órgão federal entra todo tipo de transporte terrestre: carros, motocicletas, ônibus e caminhões. O maior volume é de carros, que representam 58% do total, com 72.167 cadastrados. Em contrapartida, o que mais cresce é o de motos, que atingiu 28.084 e dobrou nos últimos anos.
Consequências
O reflexo de todo esse crescimento é bem conhecido, sentido e debatido por especialistas e pela população. Ruas cada vez mais cheias, mais acidentes de trânsito e motoristas estressados. Se o número de veículos aumenta a cada ano, o mesmo não se pode dizer sobre o sistema viário da cidade.
Uma dessas consequências é sentida pela população, principalmente por quem transita por corredores como a Avenida Padre Francisco Salles Colturato (36), Rua Nove de Julho (Rua 2), Rua São Bento (Rua 3) e Rotatória das Roseiras, quatro dos pontos mais movimentados no trânsito araraquarense.
O arquiteto Paulo Tarso Amêndola Lins, docente da Uniara, vê estrangulamento também na Rua Maurício Galli, único acesso aos bairros da Zona Norte, como Selmi Dei, Adalberto Roxo e Jardim Imperador.
"Não se concebe uma região tão populosa com um único acesso. O que se vê nos horários de pico é a Maurício Galli muito movimentada", afirma. Para ele, outro problema é que a cidade não tem muitas vias arteriais, que são aquelas que cruzam o Município de ponta a ponta e são largas.
Crescimento da frota preocupa especialista
Paulo Tarso Amêndola Lins, arquiteto e docente do Centro Universitário de Araraquara (Uniara), vê o crescimento da frota de veículos com preocupação. Para ele, a cidade tem muitas vias estreitas e os dirigentes e administradores não pensaram na mudança do perfil social de bairros populares e o aumento da frota de veículos, inclusive na periferia, decorrente do crescimento da renda per capita. "O poder de compra está maior, eles passaram a ter carros e aí surgiu o problema, porque a via foi feita para ter, no máximo, dois ou três moradores com veículos, enquanto, hoje, a maioria tem", avalia.
Lins defende a necessidade de se investir mais em transporte público e também no uso sustentável dos meios de transporte. "Muitas pessoas trabalham no mesmo local e percorrem o mesmo caminho, mas não revezam o carro", destaca.
Tornar mais atrativo o transporte público é um dos principais desafios da cidade. A Companhia Tróleibus Araraquara (CTA) está investindo na reestruturação do sistema. A empresa projeta implantar, no ano que vem, cinco miniterminais de integração que, segundo Joel Marco Carrera, diretor-presidente da CTA, vão reduzir os custos de operação do sistema e o tempo de espera dos passageiros. "Hoje, temos linhas que são deficitárias porque têm poucos passageiros e todas passam pelo Centro", argumenta.
fonte: Araraquara.com