"A escola é maior do que o massacre que ocorreu’, diz ex-aluno.
Previsão é de que a escola seja reaberta na segunda-feira (18).
Marcos Gerbatim ajuda na pintura do muro da escola onde ocorreu o massacre de Realengo
“A escola é maior do que o massacre que ocorreu”, ressaltou o cabelereiro Marcos Gerbatim, de 47 anos, que é ex-aluno e foi de uma das primeiras turmas do colégio. “Espero que cada pincelada que eu dou apague o Wellington do nosso planeta. Que Deus o coloque bem ao lado para vigiá-lo e cuidar dele, porque não há resposta para um mal desses”, afirmou.
Ex-alunos se abraçam e uma faixa pede a volta das aulas no colégio
A previsão é de que a escola seja reaberta na segunda-feira (18). As aulas serão retomadas gradativamente em até três semanas. Nos primeiros dias, a previsão é que os alunos participem apenas de atividades lúdicas e as turmas voltem às suas rotinas aos poucos.
Gerbatim, que tem dois sobrinhos que estudam na escola e que não ficaram feridos no dia do massacre, conta que vai escrever um livro, junto com uma ex-aluna e com o diretor do colégio, Luiz Marduk. “A princípio, a gente queria contar a história dos ex-alunos, já que a escola é uma referência em Realengo. Mas agora, também vamos falar dessa tragédia”, conta ele, ressaltando que todo o dinheiro arrecadado com o livro será revertido para a escola. “Minhas lembranças daqui são as melhores do mundo”, conclui.
Marcos Aurélio e Marcos Vinícius, pai e filho, ex-aluno e aluno, pintam juntos o muro da escola
O filho dele, Marcos Vinícius e Silva Neves da Silva, de 10 anos, é aluno do 5º ano da Escola Tasso da Silveira. Nem ele, nem os dois sobrinhos de Marcos Aurélio sofreram qualquer ferimento. Neste sábado, pai e filho ajudavam a pintar o muro de branco. “Estamos tentando amenizar a dor e o sofrimento. Ainda não perguntei ao meu filho se ele quer voltar, mas tenho fé em Deus que ele vai querer continuar estudando aqui, porque é a melhor escola do bairro”, finalizou.