A criança nasceu na sexta-feira (29). Ela e a mãe receberam alta da maternidade da Santa Casa na segunda-feira (2) e foram para a casa.
O local tem lixo espalhado por todos os lados, muita bagunça e nenhuma estrutura para receber uma criança recém-nascida.
Ela ainda afirma que o bebê não morreu de frio. “Ele passou frio? Meu filho passou frio? Passou frio?”, disse mostrando as roupas da criança.
O porteiro Fábio Alexander Castanheiro, que é morador do bairro, conta que os vizinhos acionaram o Conselho Tutelar na noite de segunda-feira (2). “Era por volta das 20h, mas não resolveu o problema porque disseram que não são investigadores”, disse.
A coordenadora do Conselho Tutelar, Rose Helena Aparecida Polese, diz que só soube do nascimento da criança quando recebeu um comunicado da santa casa. O documento informa que a mulher é dependente química e pede acompanhamento, mas, quando o ele chegou, a criança já estava morta. “A santa casa deveria ter comunicado antes da alta, que nós íamos tomar providências.”
A Santa Casa confirma que só enviou o documento na terça, depois que a criança havia morrido, mas diz que o Conselho Tutelar já tinha sido avisado, por telefone, antes de mãe e filho terem alta.
A ligação foi feita às 10h e consta no relatório da coordenadora do serviço social do hospital. Em outro registro, consta que a paciente saiu cinco horas e meia depois, acompanhada de um responsável.
Segundo o Conselho Tutelar, a pessoa que possivelmente recebeu o telefonema da maternidade está fora da cidade. Um levantamento será feito para esclarecer o caso.
O atestado de óbito da criança informa que a causa da morte foi insuficiência respiratária.
Casa abandonada
O lugar onde o bebê morreu causa preocupação nos vizinhos. Eles afirmam que já pediram providências à prefeitura, mas nada foi feito.
A mãe do bebê e o companheiro invadiram a casa há cerca de um ano. Os vizinhos dizem que o imóvel pertence ao banco Santander e estava fechado há nove anos. Eles procuraram a prefeitura para falar dos problemas que acontecem na casa, principalmente depois que a mulher engravidou.
Os vizinhos entregaram um abaixo-assinado à prefeitura, exigindo uma solução. “Não conseguimos sucesso no sentido de retirar as pessoas de lá, até porque é um imóvel particular e a prefeitura não tem poder coercitivo. A responsabilidade é inteira do proprietário que também já foi notificado e está pagando multa por ter abandonado essa casa”, explicou a secretária de de Cidadania e Assistência Social, Rose Mendes.
A assessoria do banco informou que está fazendo um levantamento da situação da casa e só depois vai se manifestar, mas não estipulou uma data para que isso aconteça.