Brasil busca gasolina importada para encher o tanque

O Brasil está sem gasolina e já precisa recorrer ao exterior para encher o tanque dos carros daqui. Para Alessandro Teixeira, secretário executivo do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), a procura por combustíveis aumentou em todo o país, o que fez com que o consumo de combustíveis e lubrificantes de fora aumentasse 31,4% em relação a março.
Dados da balança comercial mostram que a produção nacional de combustíveis não tem sido suficiente para abastecer a frota brasileira. De março para o abril, o valor médio das importações diárias de combustíveis e lubrificantes subiu de R$ 210 milhões (US$ 130,6 milhões) para R$ 275 milhões (US$ 171,6 milhões).
Na comparação entre abril deste ano e abril do ano passado, o crescimento das importações foi de 40,9%. Há um ano, a média diária de importações de combustíveis e lubrificantes estava em R$ 195,5 milhões (U$S 121,9 milhões).
Para o consultor e ex-superintendente da ANP (Agência Nacional do Petróleo) Adriano Pires, o aumento da importação de combustíveis foi causado principalmente pela compra de gasolina.
Vale ressaltar que o dado da balança diz respeito à compra, no mercado externo, de combustíveis em geral e de lubrificantes, não há dados separados sobre a importação de gasolina.
Pires disse que o consumo de gasolina aumentou muito nos últimos meses e as distribuidoras nacionais, entre elas a Petrobras, tiveram que importar o produto para suprir a demanda interna.
- O Brasil está sem gasolina. O mercado cresceu muito e não temos produção para atender a todos.
Petrobras
Em fevereiro, a Petrobras anunciou que iria importar o produto diante do aumento da demanda, “consequência da redução da oferta de etanol no mercado" e também da redução, em termos percentuais, da mistura de etanol anidro à gasolina.
O problema do etanol é que, como o começo de ano é época de entressafra (período após a plantação da cana-de-açúcar e da colheita), o preço subiu porque faltou álcool. Como a gasolina que é vendida nos postos do país tem um pouco de etanol em sua mistura, o valor dela também subiu – e o governo decidiu diminuir a proporção dessa mistura.
Na nota divulgada então, a estatal afirmou que o volume a ser importado representava o consumo de três dias, “nas condições atuais de demanda aquecida.”
E registrava que o crescimento no consumo de gasolina tinha sido entre 15% e 20% nos dois primeiros meses de 2010, em relação ao mesmo período de 2009, em função da redução da oferta de etanol. Além disso, a Petrobras garantiu que a importação não teria influência nos preços cobrados pela gasolina em suas refinarias.
Pires avalia que o aumento da procura por gasolina tem dois motivos básicos: primeiro, o aumento da frota; segundo, a opção de parte dos consumidores de abastecer seus veículos com gasolina devido à alta do etanol nos postos de combustível.
Em abril, o preço do álcool combustível subiu 10,36% nos postos de São Paulo, segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). A gasolina aumentou 6,62%.

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