Edinho: Pedágio limita desenvolvimento

O deputado estadual e presidente do PT do estado de São Paulo, Edinho Silva, esteve na reunião de lideranças políticas da região, durante encontro realizado na manhã desta sexta-feira, dia 27, e discorreu sobre a necessidade de se debater uma revisão dos contratos de concessão das rodovias paulistas. Segundo o parlamentar, atualmente, a política de pedagiamento praticada pelo governo do estado significa um limitador ao desenvolvimento econômico, em especial das regiões do interior do estado. “Na planilha de custos de uma empresa, a logística é tão importante quando a matéria-prima e mão-de-obra”, afirmou Edinho.
Para o deputado Edinho Silva, os altos custos dos pedágios praticados nas rodovias paulistas inibem não só a locomoção interestadual, como de trabalhadores e estudantes, mas também a atração de empresas e indústrias.
“Se não repensarmos a política de pedagiamento, os grandes investimentos vão continuar concentrados na grande São Paulo e região da Baixada Santista. São duas grandes portas para escoamento de produção, seja pelo Porto de Santos, aeroportos ou pelo entroncamento da Dutra. O interior do estado vai perder cada vez mais espaço na sua capacidade de competir na atração dos investimentos”.
Hoje, uma concessão federal da Fernão Dias, em R$ 562 km de estrada, custa (ida e volta pelo mesmo percurso) R$ 17,60 ao motorista. Já uma concessão de uma rodovia paulista, ligando São Paulo a São José do Rio Preto, com 440 km, se paga R$ 123. A diferença é de 572%. Atualmente o estado conta com 237 praças de pedágios. Entre 2002 e 2009, a receita bruta das concessionárias cresceu mais de 200% saindo de R$ 1,5 bilhão para R$ 4,5 bilhões.
 
CPI na Assembleia
 
Edinho falou sobre a posição da Bancada do PT de instalar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) a fim de criar um espaço para debater a política de pedagiamento e das concessões paulistas. Apesar da adesão de outras Bancadas como PDT, PSOL e PCdoB, a CPI dos Pedágios se esbarra na falta de apenas uma assinatura, das 32 necessárias para abertura.
Para o deputado, é um erro da base governista da Assembleia não aderir à proposta, uma vez que se provoca o esvaziamento político da Casa de Leis paulista ao não pautar no seu dia-a-dia os temas que realmente afligem a sociedade paulista.
Segundo Edinho, a CPI deveria estudar o modelo de concessão e os contratos que foram elaborados na década de 90, ou seja, em outra conjuntura econômica do Brasil e apresentar novas propostas ao Governo do estado. “Nesse período, o país lutava pela estabilidade econômica, havia outra lógica de remuneração do processo inflacionário, o risco Brasil estava alto. É um erro de leitura não só da Assembleia, mas também do Governo não fazer esse debate”, ponderou.
Para Edinho, o tema  pedágio não é importante somente neste momento, fazendo balanço com os danos causados no bolso dos motoristas ou na atração de empresas, mas também para o futuro do estado de São Paulo. “Essa é uma agenda fundamental, já que vamos discutir qual modelo de estado queremos para daqui 20 anos”. Na sua avaliação, o estado já começa a viver um processo de esvaziamento econômico e até populacional em algumas regiões devido à falta de ações governamentais.
A reunião, realizada na ACIA (Associação Comercial e Industrial de Araraquara) sobre pedágio e segurança nas rodovias paulistas, foi organizada pela UVISP (União dos Vereadores do Interior do Estado de São Paulo). O objetivo do movimento é unir forças e levar às autoridades estaduais as preocupações e propostas do interior do estado.
Durante o encontro, muitos falaram sobre o preço do pedágio da Washington Luiz entre Araraquara e Matão, um dos mais caros do estado e a preocupação com a segurança na rodovia Nelson Barbieri, onde vem ocorrendo vários acidentes. Participaram o vereador de Gavião Peixoto, Cláudio Barbosa, coordenador da UVISP, o vereador Édio Lopes, Márcia Lia, Carlos Nascimento, Elias Chedieck, João Farias, o vereador de Matão, Ademir de Souza, a vereadora Salomé, de Ribeirão Bonito, além de outros parlamentares da região e membros do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos e Sind.Aero Espacial, que representa os funcionários da Embraer de Gavião Peixoto.

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