Após demissão de secretário, Alckmin anuncia auditorias em hospitais

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou nesta segunda-feira (20) uma auditoria em todos os hospitais do Estado para averiguar denúncias de médicos e dentistas que fraudaram o sistema de plantão de hospitais e receberam salário sem trabalhar. A decisão foi tomada após o governador aceitar o pedido de demissão de Jorge Roberto Pagura, secretário estadual de Esporte, Lazer e Juventude. Pagura, um neurocirurgião de renome, é suspeito de receber dinheiro público sem trabalhar no Hospital de Sorocaba.

O ex-secretário divulgou nota dizendo que pediu demissão com o objetivo de "facilitar o esclarecimento dos fatos investigados". Pagura disse ter sido funcionário do SUS no Hospital de Sorocaba, em 2009, para cuidar de projetos científicos relacionados à saúde, e que nunca fez plantões no hospital e nem recebeu por eles.

Ainda nesta manhã o coordenador de Serviços da Saúde de São Paulo, Ricardo Tardelli, também deixou o cargo. Segundo a polícia, Tardelli sabia das fraudes em hospitais.

Além de anunciar as auditorias, Alckmin disse que vai mudar o sistema de controle de marcação do ponto dos profissionais de saúde no Estado, e implantar um sistema para que denúncias recebidas sejam apuradas rapidamente, e os envolvidos, punidos. O governador vai nomear um interventor para o Hospital de Sorocaba, e o secretário-adjunto de Esporte, José Benedito, assumirá a secretaria até a nomeação de um novo titular.
Entenda o caso
Segundo denúncia do Fantástico no último domingo, 70 profissionais de saúde, na capital e no interior, podem estar envolvidos com um esquema de fraude nos hospitais. Os profissionais recebiam salário, mas não compareciam aos hospitais nem aos plantões.

A Justiça já decretou a prisão de 13 pessoas, entre elas seis médicos, dois dentistas, uma enfermeira e dois empresários. Entre os acusados, a cirurgiã-geral Maria Helena Alberici teria recebido R$ 14 mil sem trabalhar; a cirurgiã-dentista Tânia Maris de Paiva, R$ 49 mil; e o cirurgião-dentista Tarley de Barros, R$ 125 mil por 250 plantões que nunca deu. O próprio diretor-geral do Hospital, Heitor Consani, é um dos acusados.

As investigações começaram no Hospital de Sorocaba, há cerca de um ano. Até o momento, a polícia e o Ministério Público já descobriram R$ 2 milhões em fraudes, além de indícios de que funcionários de outros hospitais possam estar envolvidos.

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