Os comerciantes de Araraquara prometem apelar à
justiça caso o projeto de lei de autoria do vereador Serginho Gonçalves,
que limita o horário de abertura do comércio aos sábados, seja aprovado
pela Câmara. Representantes do Sindicato do Comércio Varejista
(Sincomércio) de Araraquara e dos empregados do comércio teriam marcado
uma reunião para tentar um acordo sobre o tema para a última
quarta-feira, mas acabou adiada para segunda.
Independentemente da reunião, Serginho afirma que manterá a proposta
inicial, de estabelecer o fechamento das lojas nos sábados às 14 horas.
Atualmente, o comércio abre das 9 às 17 horas neste dia.
Ele também descartou a possibilidade de dividir a carga horária de
sábado com a abertura do comércio aos domingos. "Não tem como. O
comerciário precisa descansar. As mães reclamam não haver creches e
escola aos sábados e elas precisam trabalhar", diz.
Outro lado
Na outra ponta, Antônio Deliza Neto, presidente do Sincomércio,
reafirma entender o projeto como um retrocesso. Ele prevê fechamentos de
postos de trabalho e desestruturação da rede de atendimento, inclusive
durante a semana, se a proposta for aprovada. "Hoje o comerciário
trabalha as 44 horas semanais, incluindo o sábado. Caso se altere,
também vamos ter que mexer na abertura das lojas durante a semana. Isso é
um desserviço ao consumidor."
Deliza afirma aguardar pela reunião com o vereador para entrar em um
consenso, porém, não descarta apoio aos comerciantes que resolverem
contestar a decisão judicialmente em caso ela venha a ser aprovada.
Eder Magrini, gerente de uma loja de confecções na cidade, não descarta
esse tipo de expediente. "Hoje, o fluxo é dividido. Temos clientes tanto
de manhã quanto à tarde no sábado. Não podemos perder, então, se for
preciso, vamos à justiça atrás de uma liminar para nos manter abertos",
diz.