As novas construções de Araraquara poderão ser obrigadas a reter a
água das chuvas nos lotes, por meio de poços de infiltração, não
deixando esta água ir para a rede pluvial da cidade, diminuindo o
impacto na infra-estrutura urbana. Esta é uma das propostas apresentadas
na reunião desta segunda-feira do grupo de trabalho que apresenta à
sociedade as propostas já discutidas para o processo de revisão do Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental do município.
Esta foi a terceira reunião de uma série de nove, e desta feita o
tema foi “Coeficientes Urbanos”. Neste ciclo, as propostas e os
problemas a serem enfrentados nos próximos anos no desenvolvimento da
cidade são apresentados à sociedade, representada pelo Conselho
Municipal de Desenvolvimento Urbano e Ambiental – Compua, profissionais
que atuam nos diversos setores em relação direta com o Plano Diretor, e
outras pessoas que se interessam pela questão.
Em pauta os artigos 229 e 230 do Plano Diretor. Apenas dois artigos,
mas uma grande complexidade de itens e detalhes, que influenciam
diretamente todas as construções na cidade, já que tratam de paisagens,
recuos, alturas das edificações, índices de ocupação e aproveitamento do
solo, questões diretamente relacionadas com o zoneamento urbano; além
de taxa de ocupação e aproveitamento do solo; densidade, ou seja, o
espaço ocupado por cada habitante definindo regras para empreendimentos
privados e públicos, inclusive para loteamentos e parcelamentos do solo;
permeabilidade e ocupação vegetal, levando em conta o conforto térmico e
ambiental.
Outra proposta que também considera o uso da água, na verdade o reuso
da água nas edificações no município, permite o aumento no índice de
ocupação para as edificações residenciais de 60 para 70%, na área onde
houver a adoção da prática. O grupo de trabalho apresentou também a
idéia de que seja implantado no município no Sistema de Informações do
Município de Araraquara (SIMARA), para estudos aprofundados para definir
inclusive as dimensões mínimas de área construída, área pública e
privada suficientes para garantir a qualidade de vida da população,
gerando até indicadores de urbana nas diversas regiões da cidade.
No debate que precedeu a apresentação foram ainda apresentadas pelos
presentes mais algumas idéias, que poderão ser incluídas na proposta que
será levada ao Compua.
O engenheiro Pedro Antonio Baptistini sugeriu que em lotes em frente a
praças públicas não sejam edificadas construções superiores a dois ou
três pavimentos, como forma de garantir ventilação e ensolação nestes
espaços, que considerou como pequenos na cidade. O engenheiro José
Roberto Vieira Salum questionou o procedimento chamado “outorga
onerosa”, processo pelo qual o proprietário paga para exceder nos
índices de ocupação e aproveitamento. O tema é polêmico e, portanto, não
encontra consenso entre os que trabalham com a questão. Houve reação da
secretária de Desenvolvimento Urbano, Alessandra de Lima, que expôs
argumentos em defesa do dispositivo.
A próxima reunião do grupo de trabalho será nesta quinta-feira, às 19
horas, no Plenário da Câmara Municipal, e o tema é “Desenvolvimento
Social”, abordando do artigo 10 ao 29 do atual texto do Plano Diretor.