O vereador Serginho Gonçalves foi acusado pelo vereador e médico Luís
Cláudio Lapena de tê-lo pressionado e até ameaçado caso não votasse
favoravelmente à permanência de Lucas Grecco na Câmara. Segundo o
próprio Lapena confirmou em entrevista ao Jornal Falado da Cidade, da
Rádio Morada do Sol, Serginho havia dito que ele (Lapena) também podia
ter algo muito grave contra si. No mesmo programa Serginho Gonçalves
recuou e disse que jamais fez tal ameaça.
Coincidência ou não, o SIMNews conseguiu informações de que realmente
foram feitas algumas consultas ao Departamento Financeiros da
Prefeitura, de contas a pagar, solicitando informações sobre quanto a
empresa do médico recebe por serviços prestados ao município. O
funcionário que pediu para não se identificar não quis informar se
o vereador mantém algum contrato com o município e não soube dizer se o
pedido de informações foi feito ou não pelo Ministério Público.
A denúncia estaria sendo formulada com base na Lei Orgânica do
Município, que proíbe o vereador de manter empresa em seu nome prestando
serviços à Prefeitura. Lapena supostamente mantém uma empresa médica em
seu nome com contrato vigente com a Prefeitura e estaria recebendo
valores acima de R$50 mil mensais.
O vereador não foi encontrado para informar se realmente mantém a
empresa nas condições que ferem a Lei Orgânica do Município. O pedido de
informação estaria no fato de apurar se o vereador está amparado pelas
tais cláusulas uniformes, portanto em situação legal.
Artigo 55 – Os vereadores não poderão:
I – desde a expedição do diploma
1 - firmar ou manter contrato com o município, suas autarquias e
fundações, empresas públicas e permissionárias, sociedade de economia
mista ou empresa concessionária de serviços públicos municipais, salvo
quando o contrato obedecer cláusulas uniformes.
No começo da noite de sábado (16) o vereador registrou esclarecimento
na seqüência. No final do comunicado o vereador diz que não foi
contatado por nenhum órgão de imprensa, no entanto o reporter que
trabalhou a matéria tentou contatar o vereador pelo telefone celular que
comunicava que o número discado estava fora de área.
Eis na íntegra a manifestação do vereador Luís Cláudio Lapena:
É de conhecimento público que sou proprietário da HIPERMED Clínica de
Medicina Hiperbárica. Na minha clínica atendo pacientes com patologias
graves, com indicação absoluta. Recebo pacientes particulares, de
Convênios Médicos e pacientes encaminhados por DEMANDA JUDICIAL. São
aqueles pacientes sem planos de saúde ou condições de arcar com
tratamentos, que solicitam ajuda da Defensoria Pública para obter
medicamentos e tratamentos. Se os pedidos são realmente necessários, a
Defensoria encaminha ao Juiz de Direito, que DETERMINA que a DELEGACIA
REGIONAL DE SAÚDE (DRS) providencie o tratamento. Os casos mais leves
são encaminhados para tratamento em Ilha Solteira, ou aguardam a
liberação de empenho para tratamento aqui. Os casos URGENTES, com RISCO
IMEDIATO DE VIDA OU DE AMPUTAÇÃO DE MEMBROS são repassados pela DRS para
a Prefeitura, que tem responsabilidade solidária por ser o agente SUS. A
Prefeitura não tem nenhum convênio com Câmaras Hiperbáricas, e só
solicita o tratamento por Determinação Judicial. Somente nesses casos a
Prefeitura realiza o atendimento, solicitando orçamento emergencial às
Clínicas de Câmara Hiperbária da região, e inicia o tratamento na
clínica com o MENOR PREÇO. Minha clinica não tem NENHUM contrato com a
Prefeitura. Os atendimentos pagos pela Prefeitura são por curto período,
até a DRS conseguir o empenho para dar seguimento ao tratamento.
Somente os casos de EMERGÊNCIA são encaminhados pela Prefeitura, e são
poucos esses casos. Gostaria que a Prefeitura disponibilizasse os
valores pagos à minha Empresa, para deixar claro quais os valores
dispendidos, muito inferiores aos citados na "denúncia".
Todos os vereadores tem conhecimento da minha Empresa e do tipo de
atendimento que realizamos para os pacientes encaminhados pela DRS à
Prefeitura, e posteriormente encaminhados para tratamento. Já expliquei
em reunião aos Vereadores quando o vereador Paulo Maranata questionou
essa situação.
Todos sabem do momento difícil por que passa a Câmara Municipal de
Araraquara, mais difícil ainda pela questão Ética. Tentaram me atingir
por ser parceiro de entidades assistenciais. Agora, com essa "denúncia",
com certeza anônima, tentam novamente me atingir. Tenho tranquilidade
em afirmar que nunca tive qualquer relação de desonestidade ou
beneficiamento com a Prefeitura de Araraquara. É a própria Prefeitura
que procura a clínica, por ser a mais próxima e oferecer o tratamento
mais barato, e, repito, somente nos casos emergenciais, de pacientes COM
RISCO DE VIDA OU DE AMPUTAÇÃO DE MEMBROS.
Fico à disposição da população e da imprensa de Araraquara para
esclarecer qualquer questão relativa à esse assunto. E não fui procurado
por nenhum orgão de imprensa, como citado na matéria.