Prédio da Casa da Cultura chega aos 100 anos precisando de reforma

Prestes a tornar-se centenário, o prédio que abriga a Casa da Cultura Luiz Antonio Martinez Corrêa precisa de R$ 2 milhões para reforma, adaptações e modernização do espaço.

Construído em 1914, o imóvel, segundo a secretária municipal de Desenvolvimento Urbano, Alessandra de Lima, sofre com avarias causadas pelo tempo, infestação por cupins e está com o forro comprometido. A última reforma da Casa foi há quatro anos, quando recebeu manutenção geral e pintura.
"O prédio tem seu valor cultural, histórico e arquitetônico. Iniciamos o processo para reformá-lo, preservando suas características mais importantes", disse Alessandra, que também é arquiteta.

Entre as necessidades mais urgentes, ela destaca a troca do forro, da parte elétrica, que inclui fiação e iluminação, e adaptações para resolver o problema de acessibilidade, com instalação de elevador e banheiros especiais para cadeirantes — o que implica ainda mexer na parte hidráulica. Além disso, as esquadrias devem ser trocadas, e todo o imóvel receberá manutenção e pintura. "Percebemos também um pouco de umidade no porão por conta de vãos fechados, que devem ser abertos", completa a secretária.

A arquiteta conta que em 2009 a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano iniciou um levantamento detalhado do imóvel, com gráficos, e verificou, inclusive, modificações existentes do projeto inicial. A partir desse material, foi feito o diagnóstico da situação do prédio e a Prefeitura entrou em contato com o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) para pedir apoio técnico ao projeto.

A secretária ressalta ainda que os R$ 2 milhões referem-se apenas a melhorias no prédio, que possui 1.100 metros quadrados de construção — o terreno total tem 3.200 metros quadrados. Os valores não incluem troca de gradil externo, renovação de mobiliário, como os assentos da Sala Jean-Paul Sartre, e a instalação de elevador com acesso a todos os pisos.

Apesar dos problemas — há dois meses, um pedaço do beiral caiu sobre o telhado de um imóvel ao lado, utilizado pela Câmara Municipal —, Alessandra garante que a estrutura da edificação não corre o risco de desabar. "O prédio da Casa da Cultura não tem trinca de recalque", conclui.
Imóvel é espaço para as artes há 30 anos
O prédio da Casa da Cultura completa 100 anos em 2014. Transformado em espaço das artes há 30 anos pela intervenção de um grupo de artistas plásticos — entre eles a secretária da Cultura Euzânia Andrade e o ex-secretário Lauro Monteiro — o local oferece espaço para as atividades das oficinas culturais e cursos de várias modalidades artísticas, exposições, eventos, além de abrigar os acervos da Pinacoteca Municipal, do Arquivo Histórico e do Museu da Imagem e do Som (MIS).

Histórico
Antes de se tornar Casa da Cultura, o imóvel, assinado pelo engenheiro Alexandre Albuquerque, abrigou as escolas Araraquara College e Mackenzie e, em 1933, foi cedido ao Governo do Estado para a instalação do Ginásio Estadual, que, com a inclusão da Escola Normal, tornou-se o Instituto de Educação Bento de Abreu. Também foi ocupado pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Araraquara.
Prefeitura busca recursos estaduais e federais
A secretária municipal da Cultura, Euzânia Andrade, diz que a Prefeitura já fez vários encaminhamentos do projeto em busca de recursos para as obras. Em 2009, o pedido foi feito ao secretário-adjunto de Cultura do Estado, Ronaldo Bianchi. Em 2010, a verba foi pleiteada no edital de Projetos do Ministério da Justiça. "Neste ano, toda a documentação foi entregue nas mãos do secretário de Estado da Cultura, Andrea Matarazzo, e ao Conselho do Condephaat. Além disso, o projeto foi inscrito em edital do Ministério da Cultura", informa Euzânia.

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