Na manhã de quinta-feira (5), durante sessão ordinária da Câmara
Municipal, os vereadores pressionados por várias campanhas, decidiram em
cima da hora - às vésperas da Audiência Pública que iria debater o
tema, retirar da votação o Projeto de Lei (PL) para aumentar o número de
cadeiras na Casa.
A
presidente da entidade apartidária que puxou a campanha contra o
aumento do número de vereadores na cidade, Associação Comercial e
Industrial de Foz do Iguaçu (ACIFI), Elisângela de Paula Kuhn afirma que
a cidade tem questões mais importantes a serem debatidas, discutir o
número de vereadores não era uma prioridade. “Nós estamos felizes por
termos conseguido esta sensibilização, os vereadores entenderam que este
não era o momento para esta discussão”, afirma.
O objetivo da campanha da ACIFI era conseguir 9 mil assinaturas no
abaixo-assinado para manter os 15 vereadores, atualmente já passam de 12
mil e a presidente da entidade garante que esta campanha para
sensibilizar o legislativo está só começando. “Agora precisamos
enfatizar no debate a redução do repasse orçamentário da Câmara de 6%
para 3%”.
O
superintendente de comunicação da Itaipu Binacional, Gilmar Piola,
postou em seu perfil pessoal do Facebook sua satisfação com a atitude
tomada pelos vereadores. “A retirada do projeto de lei que aumentava o
número de vereadores e os gastos da Câmara Municipal de Foz do Iguaçu
representa uma vitória da democracia. Significa o fortalecimento da
sociedade civil organizada, dos movimentos sociais e da cidadania”.
O conselheiro estadual da OAB, Nilton Andrascko, alerta que esta ainda
não é uma vitória, é apenas um início. “Foi uma atitude sensata a que os
vereadores tomaram, mas agora precisamos também diminuir o valor do
repasse da Câmara de 6% para 3% para que este dinheiro possa ser
investido em obras mais importantes”, justifica.
Exigências dos outdoors – “Foz do Iguaçu precisa de
mais segurança”, “Foz do Iguaçu precisa de mais saúde”, “Foz do Iguaçu
precisa de mais educação”. Questionada sobre os temas abordados durante a
campanha, a presidente da Acifi responde que a verba retirada do
orçamento da Câmara pode ser destinada à melhorias nestes segmentos,
saúde, educação, e segurança.
"A população pode e deve interferir no governo municipal, fomos nós quem colocamos os políticos lá, não adianta reclamar apenas no boca a boca ou em páginas de relacionamentos, temos que lutar."