Via Expressa registra um acidente a cada dois dias

A Avenida Maria Antônia Camargo de Oliveira, a Via Expressa, principal corredor de acesso às Regiões Sul e Nordeste, foi o ponto com o maior índice de acidentes na cidade entre os meses de abril e junho deste ano. Os dados de um levantamento da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), feito a pedido da reportagem da Tribuna Impressa e do Araraquara.com, indicam ainda outros quatro pontos perigosos no trânsito de Araraquara.

O volume da frota, que fechou o mês de junho com 131.720 veículos, e a falta de respeito dos motoristas são apontados pelo titular da pasta, coronel Cid Monteiro de Barros, como as principais causas dos acidentes.

No período de três meses, a Via Expressa registrou 52 ocorrências - média de um acidente a cada dois dias.

A operadora de caixa, Joana D’Arc Silva, de 31 anos, que trabalha na região da Avenida Sete de Setembro, confirma que a média de acidentes é realmente essa. "Coisas pequenas e situações de perigo vemos toda hora. Bicicletas e motos tentam ter espaço entre os carros. É perigoso para todo mundo. Dia desses, um caminhão perdeu o freio aqui e quase entrou na rotatória", lembra.

O professor José Carlos Jardim, 60, também acha a via arriscada. "A gente fica receoso de passar por aqui, mas nos pontos em que colocaram os semáforos melhorou muito. O tempo de espera é o de menos, porque sei que vou poder cruzar com segurança."

O segundo ponto com maior risco de acidentes no trânsito de Araraquara é a Rua Maurício Galli, onde foram registrados 45 acidentes entre abril e junho, uma média de pouco menos de um acidente a cada dois dias. Neste ano, dois jovens morreram em ocorrências na via. "Por conta da violência no trânsito daqui, semaforizamos todo o trecho e fechamos cruzamentos perigosos", lembra o secretário.

Reclamação
A demora no tempo do farol, no entanto, gera reclamações. "Melhorou a fluidez e o risco de acidentes caiu, mas a gente fica muito tempo esperando", diz a auxiliar administrativa Joice Mani, 28.

Mas a segurança é o ponto destacado. "Travou um pouco o trânsito, mas isso é necessário. As pessoas se arriscam muito, sem falar nos buracos que prejudicam os carros e motos", aponta o auxiliar administrativo André Luis Braz, 40.

No topo do ranking, Bento de Abreu, Alameda e Av. 36
Na sequência dos pontos de risco de acidente nas vias da cidade figuram a Avenida Bento de Abreu, com 35 acidentes em três meses; a Alameda Paulista, com 30; e a Avenida Padre Francisco Salles Colturato (a 36), com 28 acidentes no mesmo período. Cada uma delas registra a média de uma ocorrência a cada três dias.

Para o secretário, coronel Cid Monteiro de Barros, a média é baixa. "Além disso, em nenhum destes casos nestas vias tivemos feridos com gravidade. Pelo número de veículos da frota da cidade, está dentro da normalidade", diz.

Ainda assim, o coronel aponta o reforço na sinalização e a implantação de radares como fatores extras para a diminuição das ocorrências. "Mesmo com tudo isso, ainda precisamos do bom senso de todos que fazem parte do trânsito para torná-lo menos violento", conclui.

Especialista diz que volume da frota tem relação com o número de acidentes
O professor e coordenador do Departamento de Transportes da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da Universidade de São Paulo (USP), Antônio Clóvis Pinto Ferraz, atribui ao excesso de movimento a ligação direta para as ocorrências dos acidentes na cidade. A falta de respeito no trânsito, para ele, é a força motriz das tragédias.

"O problema, sobretudo, se dá pelas vias terem mais movimento. Há uma relação direta entre exposição e acidentes. Depois surgem outros aspectos peculiares em cada caso, como falhas na engenharia de tráfego, que necessitam de uma análise técnica", pontua.

Violência
A violência, segundo Ferraz, dá-se pelos excessos cometidos pelos motoristas. "Acidente grave guarda relação direta com velocidade alta. Portanto, nesses locais, a velocidade utilizada pode ser excessiva, eventualmente acima do limite legal."

Para minimizar os pontos de risco ,várias ações podem ser feitas, como campanhas e mudanças físicas, por exemplo. "Pontos críticos exigem ações localizadas, como mudança da geometria, alteração da sinalização e, é claro que campanhas de conscientização ajudam", conclui.

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