Todos pelo fim dos “jogos” universitários

Todos os segmentos da cidade de São Carlos – entre eles a Igreja, a promotoria pública e a classe política – são pelo fim da Taça Universitária de São Carlos, onde este ano os exageros mostraram a inviabilidade da festa.
Além da morte do estudante Bruno Cristiano de Oliveira e o atropelamento por outro estudante que saiu da festa embriagado e matou uma idosa de 81 anos, mais de 140 ocorrências policiais foram registradas.
Embora os organizadores afirmem que mudanças serão implementadas para o próximo ano, existe uma pressão regional para o fim dessas festas – inclusive de Araraquara – onde a competição esportiva é apenas justificativa para o consumo exagerado de álcool.
No decorrer da semana o assunto deverá ganhar ampla discussão em todas as cidades da região, com a possibilidade desses encontros serem vetados por Lei.
A Opinião do SIM!News: Somos todos coniventes
Não é segredo. Raros são os professores universitários, reitores, autoridades policiais ou judiciais, com a coragem suficiente de cobrar pelo fim dessas festas profissionais disfarçadas em jogos universitários.
Posicionar-se contra essas promoções, ou contra os absurdos que acontecem dentro das universidades públicas ou privadas, é correr o risco de ser desqualificado, rotulado de intolerante ou extremista pela comunidade estudantil. Frente a esse temor (ou seria covardia?) o mais cômodo é fechar os olhos ou tecer comentários repletos de evasivas ou alegações de que não se pode punir milhares pela irresponsabilidade de alguns.
Inclui-se no meio dessa conivência (ou seria covardia?) os articulistas da imprensa, que certamente dirão que no impacto da tragédia surgirão julgamentos simplistas que pedirão o fim do evento. Os mesmos articulistas que atuam na mesma imprensa, que assim como os professores, os reitores e as autoridades, temem a desqualificação por parte dos jovens, e por esses motivo abrandam ou acovardam-se.
Não se pode mais relevar. Não é correto adotar tanta complacência diante dessas festas estudantis onde é flagrante o estimulo ao consumo de drogas lícitas e ilícitas, a vulgarização dos relacionamentos e até a prostituição. E não nos referimos apenas a Tusca, onde acabam de ocorrer esses fatos, mas também na recente Intermédica, que aconteceu na semana da Pátria em São João da Boa Vista e tantas outras que aconteceram deixando esse mesmo rastro danoso.
No caso da Intermédica de há duas semanas, nas placas rodoviárias, antes de chegar a sede do evento, nossos futuros médicos picharam frases que estão lá  até agora e não houve a repercussão que deveria haver. Umas das frases dizia: "Estamos chegando pra destruir a cidade".
Estas festas - e não é de hoje - são promovidas por estudantes profissionais em festas e que fazem delas meio de vida. São patrocinados principalmente por cervejarias e são os mesmos que atuam em São Carlos, Araraquara, Presidente Prudente e nas outras localidades onde os jogos acontecem durante todo o ano. Usam como arma a justificativa de que trazem para as cidades sedes lucros aos variados setores do comércio. Convencem com esse argumento, porém no final de cada evento o contribuinte arca com as despesas do arrasador vandalismo.
Teríamos ainda mais uma dezena de argumentos para justificar a nossa opinião de que essas festas tem muito mais prejuízo que lucro, mas termino afirmando a mais grave de todas as consequências: elas arrastam em seus corsos menores que são batizados no álcool, nas drogas e no sexo precoce e desprotegido.
Essas festas vão muito além de inocentes promoções estudantis. Só nossas autoridades - em todos os níveis - permanecem distantes, como se nada tivessem a ver com isso.

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Criado com a intenção de unificar as notícias mais importantes de Araraquara, região, Brasil e mundo.Créditos da imagem: Núcleo de Artes Visuais de Araraquara