Vizinhos reclamam de barulho de clientes de casa noturna

O barulho e a sujeira gerados nas altas horas da madrugada pelos clientes da casa noturna OnOff Club, na Fonte, tem feito com que muitos dos moradores do entorno percam o sono. Segundo Pedro Baptistini, presidente da Sociedade dos Amigos da Fonte, o problema chegou ao ponto de o grupo elaborar um abaixo-assinado para apresentar ao Ministério Público.

Um morador da Vila Harmonia que não quis se identificar acusa os frequentadores do local de arruaça após os eventos. "Já vi gente tendo relação sexual em frente de casa ou atirando garrafas de bebidas contra o jardim", reforça. No abaixo-assinado, os vizinhos solicitam a retirada da casa noturna das imediações.

Um dos sócios-proprietários da casa, João Bugada, rebate a acusação. Segundo ele, durante a construção foram tomadas todas as medidas para que os ruídos não atrapalhassem os vizinhos. "Nossas paredes são com dois tijolos e, no meio, há espuma", diz. Ainda de acordo com ele, uma empresa especializada em barulho fiscaliza a região. "Constatamos que o barulho fica 20% abaixo do exigido por lei", afirma.

Ele acrescenta que visa à proteção dos vizinhos da casa e uma das medidas tomadas desde o início das atividades é a contratação de um segurança particular, que vistoria todo o quarteirão durante toda a noite. "Acredito que, por conta dessa proteção, esses casos não ocorram naquela zona."
Frequentador

O frequentador da casa noturna Aruan Angi, de 22 anos, reforça o discurso do proprietário. Ele diz nunca ter visto este tipo de comportamento entre frequentadores. "Se você analisar o público da OnOff, percebe que não é esse o perfil. De repente, o que acontece são aqueles que estão na Bento de Abreu para beber próximo ao Teatro Municipal."

O secretário de Serviços Públicos, Paulo Maranata, explica que atualmente cinco fiscais cuidam das denúncias de excesso de ruído, mas, na madrugada, apenas um profissional fica de plantão. Ele, no entanto, não recebeu reclamações recentes do local.
60
funcionários trabalham atualmente na OnOff Club, além de uma empresa terceirizada de segurança, que faz ronda no quarteirão
Parque Gramado também sofre
No Parque Gramado, na Zona Leste, o barulho de festas de um pesque-pague com entrada pela Rodovia Antônio Machado Sant’Anna e os de outras áreas de lazer também deixam os vizinhos sem dormir todo final de semana, segundo moradores.

Um deles, que não quis se identificar, diz já ter feito abaixo-assinado, denúncias na Prefeitura e chamado a polícia, mas nada resolveu. "O lugar ficou fechado por uns 15 dias porque parece que teve problemas com o Juizado lá, mas agora voltou e o problema continua. Não aguentamos mais", diz o morador.
Segundo ele, o barulho das festas é tão alto que pode ser ouvido nas casas do Jardim Brasil, bairro próximo ao Parque Gramado.
Ministério Público investiga casos
No Ministério Público (MP) correm vários inquéritos que apuram denúncias de perturbação de sossego.
Em um dos casos mais recentes, um motorista que ouvia som alto em um posto de combustível foi obrigado a comprar um decibelimetro à Polícia Militar (PM). No MP os acusados não pagam multa, mas sim indenização, quando julgados culpados.
Análise
Tendência é Bento de Abreu ser mais comercial
A tendência da região da Avenida Bento de Abreu, na Fonte, é tornar-se ainda mais comercial do que é atualmente. Várias casas já se transformaram em ponto comercial.

Não dá para prever o período em que o local será tomado 100% por empresas, mas só de observar os últimos meses a região, sem uma análise mais profunda, vê-se que a tendência não tem mais volta. Outros quatro empreendimentos comerciais estão em construção e serão inagurados em breve.

A Avenida é um dos principais corredores da cidade e, além dos bares e posto de combustíveis, terá uma academia e outros serviços. E os moradores do entorno terão de acostumar-se ou pressionar o poder público para que haja regras mais severas para a instalação de empresas na região.

Impreterivelmente, com essas mudanças, haverá aumento de fluxo de pessoas e veículos. Mas quem realmente dá as orientações e fiscaliza é a Prefeitura, com o apoio do seu Plano Diretor. Um estudo de impacto sobre a vizinhança deve ser feito.

Paulo de Tarso Amendola Lins - Arquiteto urbanista

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