De acordo com Valter Curi Rodrigues, provedor da Santa Casa, as cirurgias não foram realizadas por falta de liberação pelo Ministério da Saúde, via Prefeitura, de verba represada referente a autorizações de internações hospitalares (AIHs) de 2010 e 2011. "Pedimos que a Prefeitura adiantasse os R$ 500 mil das AIHs retidas, que somam R$ 2,9 milhões, pois assim não precisaríamos realizar mais um empréstimo na Caixa Econômica Federal", disse Curi.
De acordo com ele, teria ficado acordado na audiência de sexta que a proposta de adiantamento seria encaminhada ao prefeito Marcelo Barbieri (PSDB), mas não houve resposta.
Assim, a diretoria da Santa Casa decidiu que apenas os casos mais urgentes entre as cirurgias eletivas — como as cirurgias de oncologia — seriam realizadas.
"Fomos à audiência querendo resolver o problema, pedimos os R$ 500 mil das AIHs represadas, mas nada foi resolvido. Lutamos para reerguer a Santa Casa. Não vamos deixá-la cair novamente", promete Curi.
Troca de acusações
Para o secretário de Negócios Jurídicos da Prefeitura, Ricardo Santos, a Santa Casa rompeu acordo feito na sexta-feira. "O repasse prometido foi de R$ 400 mil da emenda [ao Orçamento Estadual] do deputado estadual Roberto Massafera (PSDB) e a ajuda do também deputado estadual Edinho Silva (PT) para acelerar o empréstimo da Caixa. Lá eles prometeram voltar a realizar as cirurgias eletivas. Hoje não voltaram a realizá-las e nem nos comunicaram", acusou. Ainda segundo o secretário, o problema das dívidas da Santa Casa estaria na demora do envio das AIHs.
Para buscar uma saída, Prefeitura, hospital, o promotor e o juiz da Vara da Fazenda realizarão audiência na próxima quinta-feira.
