Foto: Moisés Schini/Reportagem Marco Antonio dos Santos |
No ano passado, foram registrados nove assassinatos, contra 14 em 2011. Os índices confirmam a onda de crimes contra o patrimônio (furtos e roubos). De um ano para o outro, a média de furtos e roubos de veículos subiu de 24 para 31 ao mês e a de roubos de 42 para 45 ao mês (confira nos quadros).
Os furtos foram a única modalidade a registrar queda: de 2.695, em 2010, para 2.065 em 2011.
As estatísticas também apontam dados preocupantes da violência sexual, com o registro, pela Delegacia de Defesa da Mulher, de 38 estupros. Na mesma delegacia estão sendo apurados 605 casos de lesão corporal dolosa e duas tentativas de homicídio registradas em 2011.
A Delegacia da Juventude de Araraquara aparece com todos os dados zerados.
Eu vivi
"Eu e meu marido morávamos em São Paulo. Perto de nosso bairro tinha favela e vivíamos com muito receio de assalto. Mudamos para Araraquara pensando que teríamos mais segurança e a nossa casa foi invadida. Como pensávamos que era uma cidade mais tranquila, a gente até não se preocupa muito com o perigo. Agora, eu acho que Araraquara não está preparada para o aumento da violência. E a cidade está crescendo. É inevitável."
Ana (nome fictício), 35 anos
(pedagoga)
Tabulação contestada
O delegado seccional da Polícia Civil de Araraquara, Fernando Giaretta, não quis pronunciar-se sobre os números da pesquisa. No entanto, para fontes da Polícia Civil ouvidas pela Tribuna e que não quiseram identificar-se, o aumento no número de homicídios é resultado da mudança na tabulação dos dados estatísticos da Secretaria de Segurança Pública, que tabulou três mortes em decorrência de acidentes de trânsito como homicídio porque os motoristas estavam alcoolizados e também contou como sendo de Araraquara os dois corpos carbonizados encontrados na zona rural da cidade, sendo que eles foram mortos em São Carlos. As mesmas fontes lembram que os dados da Delegacia da Juventude estão zerados porque ela não existe oficialmente e os crimes são registrados na DIG.
Análise
Sociedade tem de apoiar a polícia
"Realmente, os números são preocupantes para todos. Infelizmente, é um dos frutos do crescimento populacional e financeiro da cidade. Também tivemos aumento na quantidade de veículos, que reflete nesta quantidade de furtos e roubos dos mesmos.
Sabemos que estes índices são preocupantes, mas, se for feita a comparação com os dados de 2001, dá para notar a queda na criminalidade.
Para combater estes índices, a Polícia Militar está colocando escalas extras de trabalho para aumentar o efetivo nas ruas de Araraquara. Mas é importante a sociedade participar mais do combate ao crime.
É necessário que mais pessoas procurem o Conselho Municipal de Segurança (Conseg) para apontar os problemas, que participem dos debates e deem sugestões.
E o combate ao crime depende também da investigação".
Wagner Prado
Capitão da Polícia Militar - Araraquara