De acordo com o novo material, levantado novamente por Gabriela Palombo, ex-membro do Conselho Municipal de Cultura, foram realizados diversos pagamentos adiantados a algumas pessoas físicas que trabalham na entidade, sob a identificação de gestores culturais.
"Essa prática é incomum tanto na iniciativa pública quanto na privada. É recomendável que a Fundação apresente a contratação direta de serviços como assessorias e gestão de projetos culturais. Sem isso, tal feito fere o estatuto, que não permite ações do tipo", explica.
Também estão anexadas notas de compras em uma loja de conveniência de um posto, além de aluguel de equipamentos para alguns eventos que nem chegaram a ser realizados.
Procurada pela reportagem para falar sobre o assunto, a Secretaria Municipal da Cultura respondeu que só irá posicionar-se à respeito após a conclusão de sindicância administrativa. O promotor de Justiça e curador das Fundações, Flávio Nunes da Silva, responsável pelo processo, disse que está ouvindo todos os lados envolvidos.
Denúncias anteriores
A banda Dona Flor, por exemplo, recebeu por um show em abril, no Teatro Wallace, ao lado de Edmundo Carneiro, um cachê de R$ 2 mil e repassou R$ 1 mil para Carneiro. Porém, na nota da Fundação consta que foi pago ao grupo R$ 10 mil.
Com a Adágio e a Corréra a situação foi semelhante. Ambas receberam R$ 500 pela participação no 9º Araraquara Rock, porém, a quantia registrada foi de R$ 1.761 cada uma.
À época, Cesar Aiello, afastado do cargo de presidente da Fundart, disse que o pedido de investigação tem cunho político. Ele afirma que nunca usaria o cargo em benefício próprio e vai provar que não houve irregularidade de sua parte.
Ação
Caso sejam constatadas irregularidades, os envolvidos terão de ressarcir os cofres públicos e o inquérito pode transformar-se em ação civil e até criminal.
