Políticos da região prometem provocar lentidão na rodovia SP-310
(Washington Luís), entre Araraquara e Matão, na próxima sexta-feira. O
objetivo é sensibilizar o Governo do Estado sobre o valor das tarifas
dos pedágios, que os manifestantes consideram "abusivo".
O dia "D", como foi intitulado pelo grupo, vai contar com a participação do vereador Édio Lopes (PT), de Araraquara.
O vereador Cláudio Barbosa (PT), de Gavião Peixoto, que lidera o movimento na região, afirmou que a manifestação não vai tirar o direito das pessoas de ir e vir.
"Mas estamos estudando estratégias para deixar o tráfego lento como um comboio que pretende pagar em moedas o valor estabelecido", disse.
A ideia inicial é convocar dezenas de motoristas voluntários para trafegar, ao mesmo tempo, na velocidade mínina permitida no trecho (55 km/h) — metade da velocidade máxima permitida.
Outra estratégia do grupo é passar pelo pedágio e pagar a tarifa com moedas de R$ 0,05 e R$ 0,01. Com isso, devem provocar congestionamento na chegada à praça de pedágio instalada nesse trecho.
Barbosa afirma que o valor médio do pedágio (por quilômetro rodado) nas estradas de São Paulo está ente os mais caros do País, perto de R$ 0,16, enquanto o valor do pedágio nas estradas federais não passa de R$ 0,02. "Queremos uma equiparação de valores", disse.
Na região, o movimento é composto por voluntários e vereadores de Araraquara, Gavião Peixoto e Matão.
Outro lado
A Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp) não se manifestou sobre o movimento, mas informou que em 2012 o Estado vai iniciar o projeto-piloto do Sistema Ponto a Ponto.
O modelo de cobrança — por trecho percorrido —, segundo a Artesp, visa obter uma distribuição mais justa da tarifa de pedágio. O piloto será implantado na SP-75, entre Itu e Campinas.
"Após a aferição dos resultados, a intenção é adotar o sistema nas principais rodovias estaduais, o que pode incluir a praça de Araraquara, na SP-310", diz o texto.
Análise
Pedágio caro traz um retrocesso
A cobrança de pedágio nas rodovias é justificada por duas razões: os impostos não são suficientes para a manutenção e a implementação de melhorias e é mais justo que os usuários paguem pelo uso da rodovia em vez de toda a sociedade. Bons motivos.
O valor do pedágio não pode ser tão alto quanto o das rodovias paulistas, que encarece o transporte e prejudica o desenvolvimento, e nem tão baixo quanto o praticado pelo Governo Federal, que atrasa a implementação de melhorias importantes.
No sistema atual de cobrança, ocorrem injustiças: aqueles que viajam em trechos entre pedágios não pagam nada e aqueles que fazem viagens curtas com pedágio no meio pagam demais. A solução é utilizar tecnologia avançada com cobrança automática em função da distância percorrida — o que não vai diminuir o valor global do pedágio, mas sim, tornar a cobrança mais justa.
Coca Ferraz
Professor da USP e especialista em trânsito
2012
O Estado iniciará os testes do projeto-piloto do Sistema Ponto a Ponto, modelo de cobrança por trecho percorrido. O piloto será implantado na SP-75, entre Itu e Campinas
O dia "D", como foi intitulado pelo grupo, vai contar com a participação do vereador Édio Lopes (PT), de Araraquara.
O vereador Cláudio Barbosa (PT), de Gavião Peixoto, que lidera o movimento na região, afirmou que a manifestação não vai tirar o direito das pessoas de ir e vir.
"Mas estamos estudando estratégias para deixar o tráfego lento como um comboio que pretende pagar em moedas o valor estabelecido", disse.
A ideia inicial é convocar dezenas de motoristas voluntários para trafegar, ao mesmo tempo, na velocidade mínina permitida no trecho (55 km/h) — metade da velocidade máxima permitida.
Outra estratégia do grupo é passar pelo pedágio e pagar a tarifa com moedas de R$ 0,05 e R$ 0,01. Com isso, devem provocar congestionamento na chegada à praça de pedágio instalada nesse trecho.
Barbosa afirma que o valor médio do pedágio (por quilômetro rodado) nas estradas de São Paulo está ente os mais caros do País, perto de R$ 0,16, enquanto o valor do pedágio nas estradas federais não passa de R$ 0,02. "Queremos uma equiparação de valores", disse.
Na região, o movimento é composto por voluntários e vereadores de Araraquara, Gavião Peixoto e Matão.
Outro lado
A Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp) não se manifestou sobre o movimento, mas informou que em 2012 o Estado vai iniciar o projeto-piloto do Sistema Ponto a Ponto.
O modelo de cobrança — por trecho percorrido —, segundo a Artesp, visa obter uma distribuição mais justa da tarifa de pedágio. O piloto será implantado na SP-75, entre Itu e Campinas.
"Após a aferição dos resultados, a intenção é adotar o sistema nas principais rodovias estaduais, o que pode incluir a praça de Araraquara, na SP-310", diz o texto.
Análise
Pedágio caro traz um retrocesso
A cobrança de pedágio nas rodovias é justificada por duas razões: os impostos não são suficientes para a manutenção e a implementação de melhorias e é mais justo que os usuários paguem pelo uso da rodovia em vez de toda a sociedade. Bons motivos.
O valor do pedágio não pode ser tão alto quanto o das rodovias paulistas, que encarece o transporte e prejudica o desenvolvimento, e nem tão baixo quanto o praticado pelo Governo Federal, que atrasa a implementação de melhorias importantes.
No sistema atual de cobrança, ocorrem injustiças: aqueles que viajam em trechos entre pedágios não pagam nada e aqueles que fazem viagens curtas com pedágio no meio pagam demais. A solução é utilizar tecnologia avançada com cobrança automática em função da distância percorrida — o que não vai diminuir o valor global do pedágio, mas sim, tornar a cobrança mais justa.
Coca Ferraz
Professor da USP e especialista em trânsito
2012
O Estado iniciará os testes do projeto-piloto do Sistema Ponto a Ponto, modelo de cobrança por trecho percorrido. O piloto será implantado na SP-75, entre Itu e Campinas