Bombeiros em greve no RJ atendem apenas emergências nas praias

Policiais e bombeiros do Rio se reuniram na Cinelândia para votar indicativo de greve na sexta-feira(10)
Os bombeiros do Grupamento Marítimo (Gmar) estão prestando apenas atendimentos emergenciais nas praias do Rio de Janeiro e só vão normalizar as atividades quando o cabo Benevenuto Daciolo, preso na noite da última quarta-feira, for solto, informou o sargento Paulo Nascimento, do 1º Grupamento de Socorro e Emergência (GSE). Ele é um dos líderes da categoria no movimento grevista iniciado há dois dias por policiais civis e militares e pelos bombeiros do Estado.
Na orla da zona sul, alguns postos do Gmar estão vazios e em outros, poucos militares que se apresentaram não estão usando os uniformes vermelhos do grupamento. "Eles até estão fazendo atendimentos, mas apenas os emergenciais, e estão descaracterizados. Não colocaram a roupa (uniforme de trabalho). Temos que mostrar que a greve está ocorrendo", disse Nascimento.
Segundo o sargento, o movimento segue parâmetros legais. "O atendimento está sendo feito precariamente, mas está sendo feito. A gente está usando a lei. Temos a adesão de praticamente 90% das categorias na paralisação e, nesse total, 30% do atendimento está sendo feito", disse.
Nascimento explicou que a manifestação não busca apenas melhoria salarial, mas melhores condições de trabalho e dignidade. Segundo ele, muitas vezes os bombeiros vão para as ruas salvar vidas e acabam se acidentando ou morrendo porque não têm equipamentos de segurança.
Por ser uma das lideranças do movimento, Paulo Nascimento admitiu que pode ser preso. Na sexta-feira, foram emitidos pelo menos 11 mandados de prisão de lideranças grevistas. "Estou pronto para ser preso. Se tiver que me apresentar, vou me apresentar. Não temos medo disso. A gente vai se apresentar porque não tem nada a esconder. Não somos criminosos", acrescentou.
A greve no Rio
Policiais civis, militares e bombeiros do Rio de Janeiro confirmaram, no dia 9 de fevereiro, que entrariam em greve. A opção pela paralisação foi ratificada em assembleia na Cinelândia, no Centro, que reuniu pelo menos 2 mil pessoas.
A orientação do movimento é que apenas 30% dos policiais civis fiquem nas ruas durante a greve. Os militares foram orientados a permanecerem junto a suas famílias nos quartéis e não sair para nenhuma ocorrência, o que deve ficar a cargo do Exército e da Força Nacional, que já haviam definido preventivamente a cessão de 14,3 mil homens para atuarem no Rio em caso de greve.
Os bombeiros prometem uma espécie de operação padrão. Garantem que vão atender serviços essenciais à população, especialmente resgates que envolvam vidas em risco, além de incêndios e recolhimento de corpos. Os salva-vidas que trabalham nas praias devem trabalhar sem a farda, segundo o movimento grevista.
Policiais e bombeiros exigem piso salarial de R$ 3,5 mil. Atualmente, o salário base fica em torno de R$ 1,1 mil, fora as gratificações. O movimento grevista quer também a libertação do cabo bombeiro Benevenuto Daciolo, detido administrativamente na noite de quarta-feira e com prisão preventiva decretada, acusado de incitar atos violentos durante a greve de policiais na Bahia.

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