Avialiação do asfalto de Araraquara é uma das piores de todos os tempos

A pesquisa do Instituto Datapress sobre a opinião da população a respeito das condições de infraestrutura da cidade também revela um universo de cerca de 60% dos moradores insatisfeitos com a pavimentação das vias públicas - eles consideram ruins as condições de ruas e avenidas de Araraquara e desaprovam o desempenho da Prefeitura na recuperação do asfalto que, segundo levantamento do próprio Governo, está com tempo de vida útil vencido em metade da malha viária local. O problema é apontado em todas as regiões da cidade; a única com menor incidência foi a Região Oeste.
A insatisfação com a deterioração do asfalto vem se mantendo em primeiro lugar nos rankings das últimas sete pesquisas realizadas pelo instituto. Do último levantamento, em dezembro de 2010, subiu mais três pontos percentuais.
A dona de casa Rosinei Lima dos Santos, de 39 anos, entende bem o porquê desse crescimento. Ela viu que o dano causado por um asfalto inadequado pode ir além do prejuízo material. Esfarelado, o solo da Avenida Porfírio Marques de Andrade, no Jardim Imperador, Região Nordeste, não é seguro nem mesmo para caminhar.
Quando caminham, moradores ficam apreensivos, pois, a cada movimento de veículos, as pedras soltam-se e podem atingir alguém. Foi assim que a filha de Rosinei foi ao chão e teve um pedrisco fincado na testa. "Quando ela caiu, eu parei por um segundo e não tinha coragem de levantá-la. Peguei-a e a pedra estava pregada na testa dela, que sangrava. Eu devia ter feito um boletim de ocorrência", avalia.
Em parte da frente da casa, o marido de Rosinei jogou cimento e a menina não passa mais por lá. A vizinha Ivete Berti, 46, está no bairro há bem mais tempo que Rosinei, residente no local há um ano e meio. "Estou aqui faz 13 anos e o asfalto nunca foi bom, mas nos últimos cinco anos piorou. Já pedi à Prefeitura, e a um deputado eu disse: ‘voto em você, mas quero a rua recapeada. Nem assim deu certo’", relata.
Essa é a situação em praticamente todas as vias do Jardim Imperador, bairro de classe média, localizado na Região Nordeste de Araraquara.
Na Região Sul da cidade não é diferente. Na Rua do Vereador, no 2º Distrito Industrial, o asfalto praticamente sumiu. "Está assim há seis anos. Não tem mais como transitar. Se passar de moto, escorrega, e caminhão, na chuva, afunda. E tem empresas aqui", relata Richard Rocco, 33, que trabalha em uma empresa localizada na via.
Sem esperanças
Na Região Sudoeste ficam os bairros mais antigos de Araraquara, como São José e vizinhanças. O Jardim Santa Lúcia, o mesmo onde mora o aposentado Norberto Gatti, de 70 anos, fica ao lado. Ele nunca viu uma obra de recapeamento ali por perto e, a essa altura da vida, já não espera mais ver. "Está cheia de buracos, lá empoça água, aqui passa muito caminhão. Recapear? Não acho que vão fazer isso aqui. A cidade inteira precisa de recapeamento. Se tapar os buracos já está bom", desabafa. O aposentado mora na toda esburacada Avenida Antônio Baptistini, que, no cruzamento com a Rua Cruzeiro do Sul, tem um buraco com acúmulo de água parada e limpa, condições ideais para proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.
Excesso de chuva piorou pavimento, diz secretário
"Qualquer pesquisa que se fizer nessa época do ano terá asfalto e limpeza como principais problemas. Não tem jeito, período de chuvas é assim". A explanação foi feita pelo secretário municipal de Obras, Valter Rozatto, ao receber os resultados da pesquisa encomendada pela Tribuna Impressa ao Instituto Datapress. Ele projeta recapear 600 quadras neste ano, com três equipes, a começar pelo Jardim Imperador.
Rozatto atribui ao excesso de chuvas registradas entre janeiro e abril deste ano a intensificação da deterioração do asfalto da cidade. De acordo com ele, a cada ano, ao menos 200 novas quadras apresentam urgência em ser recapeadas. O total de vias intransitáveis por esse tipo de problema chega a 1400, segundo estimativa do secretário.
Aquecimento de insatisfação
Mas, para Rozatto, os investimentos realizados no ano passado também fomentaram esse "aquecimento" das insatisfações. "Batemos nossa meta e recapeamos mais de 450 quarteirões em 2010, e, com isso, é natural que, onde ainda não foi feito, as pessoas anseiem pelo serviço", destaca.
O serviço é considerado caro: tem um custo médio de, ao menos, R$ 15 mil por quadra. "Teremos três equipes de recapeamento e não começamos ainda porque, mesmo entrando abril, ainda não parou de chover", justifica.

ARARAQUARA.COM



Em nossa enquete que ainda está aberta para votação, até o momento "infra-estrutura" é a segunda área que nosso prefeito deveria investir mais, perdendo apenas para "saúde". Apenas reforçando esse dado que essas duas áreas estão sempre no ranking, desde o momento da abertura da enquete.


Portal Araraquara Hoje

Criado com a intenção de unificar as notícias mais importantes de Araraquara, região, Brasil e mundo.Créditos da imagem: Núcleo de Artes Visuais de Araraquara