O vereador Dr. Lapena (sem partido) denunciou, após a sessão da Câmara
de Araraquara realizada na tarde de terça-feira (12), ter sido
pressionado a votar contrário ao afastamento do vereador Lucas Grecco.
Lapena se posicionou pelo afastamento do parlamentar. Segundo ele, a
pressão partiu por parte de vereadores da base aliada.
O vereador João Farias, na tentativa de convencer o colega a votar
contrariamente ao afastamento, teria utilizado argumentos ameaçadores.
“Ele me disse que o tudo o que o Lucas Grecco está passando, eu também
pode passar”, afirmou Lapena, que considerou a declaração uma ameaça.
João Farias confirma ter conversado com Lapena, mas nega qualquer tipo
de chantagem. “A conversa foi presenciada pelo presidente da Câmara,
vereador Boi, e não teve a intenção de chantagear nem ameaçar ninguém”,
afirmou Farias.
Outro parlamentar acusado por Lapena de participar das ameaças é
Serginho Gonçalves, que teria feito referência à um suposto documento
que poderia ser levado ao Ministério Público caso Lapena votasse pelo
afastamento de Grecco. Serginho Gonçalves também negou a acusação e
disse não ter nenhum documento que incriminasse o vereador.
O teor das ameaças seria o fato de Lapena ter doado o seu salário como
vereador à instituições assistenciais de Araraquara durante um longo
período. Na visão de alguns parlamentares, isso pode ser considerado
crime eleitoral. Entretanto, até o momento, nenhuma denúncia foi feita à
Justiça Eleitoral.
Lapena confirmou as doações, mas declara que jamais condicionou o fato à
apoio eleitoral. “Já contribuía com as instituições antes de exercer o
meu mandato. Jamais pedi voto em troca do meu gesto solidário”.