Aids: número de óbitos cai 85% em 15 anos na cidade

Em um período de 15 anos, o número de mortos em decorrência de complicações da aids caiu 85% em Araraquara. A queda foi gradativa. Em 1995, 63 pessoas morreram na cidade por causa da doença. Em 2000, a cidade registrou 48 óbitos de doentes de aids; em 2009, foram 12 pessoas e, este ano, dez.

Segundo a gerente do Programa DST/Aids, Sônia Gaban, foram o uso constante dos remédios e o tratamento feito de forma regular que ajudaram a prolongar a vida dos pacientes. Por outro, aqueles que não procuraram tratamento sofreram com a ação silenciosa da doença e morreram. "Hoje, se a pessoa realiza o tratamento corretamente, ela leva uma vida normal e mais prolongada, com uma expectativa de sobrevida de 20 anos com a doença", explica Sônia.
"Mas, infelizmente, a pessoa soropositiva que descobre a doença tardiamente ou não realiza o tratamento de modo correto morre vítima do medo e do preconceito", diz Sônia.

Na visão da gerente, o preconceito também é o grande causador do diagnóstico tardio da doença. Com medo de saber sua sorologia, muitas pessoas dos grupos de risco nunca fazem o teste. Consequência disso, isolam-se, não são tratadas e morrem em decorrência de complicações provocadas pela aids.

A presidente do Grupo de Apoio e Solidariedade ao Portador de HIV (Gaspa), Rosimeire Carlos, reforça a importância do tratamento. "Muitos não realizam o teste com medo do resultado positivo. No entanto, enquanto essa pessoa não souber seu estado sorológico ela poderá passar para outra e perderá a chance de tomar os remédio e ter uma vida normal", diz, lembrando que o resultado positivo de fato abala o portadores de HIV, mas que isso, hoje, não é sentença de morte. "Quando as pessoas descobrem que estão com a doença, elas ficam abaladas, achando que vão morrer. Por isso, oferecemos tratamento psicológico e realizamos reunião para que as pessoas possam se abrir e ver que não está sozinha".
Números
Até o mês de novembro deste ano, Araraquara registrou um total de 1.442 casos de aids e 792 óbitos. Historicamente, a faixa etária mais atingida foi a de 30 a 39 anos, com 606 casos, seguida da faixa dos 20 aos 29 anos, com 413 registros da doença.

Dentre as 720 pessoas com diagnóstico do vírus e da doença na cidade, 518 já desenvolveram aids, 179 são portadoras do vírus HIV, 13 são adolescentes doentes de aids, três são crianças portadoras do HIV e as outras sete são crianças expostas ao vírus durante o parto.

Atualmente, o número de homens infectados com o vírus HIV em Araraquara ainda é maior que o de mulheres. No entanto, o histórico da doença na cidade mostra que os números devem se inverter em breve, seguindo a tendência de feminilização da doença no País. No início da epidemia, em 1989, todos os cinco casos de HIV/aids eram de homens. Em 1993, foram registrados 95 casos da doença na cidade, e 79 deles, ou 83%, eram de homens. Em sua pior epidemia, registrada em 1998, a cidade obteve 132 casos, e 88 eram de homens (66%).

No ano passado, dos 36 casos registrados, 23 eram de homens (63%). A proporção se manteve este ano - 28 novos casos da doença em homens e 16 em mulheres.

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