A queda da marquise do gigantão não foi obra do acaso‏


Faltam recursos para manter prédios públicos em Araraquara

Prefeitura tem menos de R$ 2 mil para manter cada próprio municipal

 

 

 

A reserva de recursos da Prefeitura é insuficiente para zelar pelas condições estruturais e estéticas dos próprios municipais. O orçamento destina R$ 500 mil para a manutenção de mais de 280 equipamentos públicos, entre viadutos, pontilhões, praças e prédios municipais.
No entanto, o valor - equivalente a pouco mais de R$ 1,7 mil para cada espaço, ao ano - é suficiente apenas para pequenos reparos e trocas de lâmpadas, fiação e pintura.
Quando o problema é mais sério, como o ocorrido recentemente no Ginásio Municipal de Esportes Castelo Branco (Gigantão), a Prefeitura precisa remanejar recursos ou suplementar verba orçamentária para dar conta do prejuízo.
Reserva
Valter Rozatto, secretário municipal de Obras Públicas, reconhece que o ideal seria ter uma reserva de emergência para prevenir imprevistos como o do Gigantão e também o ocorrido no Terminal Central de Integração (TCI), que precisou de intervenção na estrutura em 2008.
De acordo com ele, os recursos existentes não supririam esse tipo de reparo mais caro. "Temos investimentos nas outras Secretarias também, como na Educação, que agora tem uma Gerência de Manutenção para escolas e creches", destaca.
A Secretaria tem orçamento de pouco mais de R$ 17 milhões para infraestrutura urbana, um dos investimentos públicos mais caros, entre outras obras. "O Gigantão vai precisar de reparo e, para isso, vamos ter que remanejar ou suplementar verba, ou ainda - quem sabe? - buscar convênios dependendo do custo", afirma.
A Prefeitura tem quatro engenheiros para zelar pelas condições dos próprios municipais. Eles iniciaram nesta semana uma série de inspeções nos prédios considerados mais importantes, como pontes, viadutos e locais que concentrem grande número de pessoas.
‘É obrigação do Município zelar’, afirma especialista
Eduardo Serrano, assessor do Sindicato Nacional de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco), diz que zelar pelos próprios municipais é uma obrigação da Administração.
O especialista explica que todo imóvel público é projetado para durar, ao menos, 50 anos.
Esse é o tempo necessário para que a obra se pague no que diz respeito à relação custo/benefício do investimento. "Mas isso não quer dizer que não precise de reparos durante esse tempo. A manutenção é, inclusive, necessária para que esse imóvel dure", afirma.
Estudo realizado pelo Sinaenco em 2006 e 2008 mostrou que os pontilhões e viadutos de Araraquara precisavam de uma vistoria técnica rigorosa e um projeto de recuperação. Foi feita uma inspeção visual por técnicos do sindicato que encontraram ferros das vigas das estruturas aparentes e trincos, conforme relatado na reportagem da Tribuna Impressa e Araraquara.com no último domingo.
Para ele, se nada foi feito desde o alerta, a situação deve ter piorado. "Não afirmamos que esses pontilhões vão cair, mas quando surgem esses problemas é preciso um estudo completo para identificar o que tem que ser feito para recuperar a estrutura", explica. 

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Criado com a intenção de unificar as notícias mais importantes de Araraquara, região, Brasil e mundo.Créditos da imagem: Núcleo de Artes Visuais de Araraquara