Acidentes fatais na Rua Maurício Galli fazem moradores cobrar providências

Após o registro de dois acidentes com mortes em apenas quatro dias na Rua Maurício Galli, os moradores do entorno da via pedem, novamente, providências urgentes para o local. 
Na quinta-feira, um jovem de 23 anos morreu ao se envolver em um acidente no cruzamento com a Avenida Rocha Lima. Ele dirigia uma moto de 350 cilindradas. Domingo, uma estudante de 23 anos morreu depois de seu carro ser atingido por outro que não respeitou a sinalização de parada obrigatória na esquina com a Avenida José Ziliolli. 

A moradora da Avenida José Ziliolli, próximo do local do acidente de domingo, Alessandra Franciscatto Mori, de 34 anos, conta que o trânsito da Rua Mauricio Galli vem ficando cada vez mais perigoso. "Aqui não tem jeito. As pessoas não respeitam o sinal de pare e, no outro quarteirão, onde há semáforo, ninguém respeita o sinal vermelho. A melhor saída é fechar a rua, pois assim está impossível". 

Alessandra lembra que, há anos, os moradores locais fizeram um abaixo-assinado pedindo melhorias no local, mas nenhuma providência foi tomada. A dona de casa completa que a rua traz riscos não apenas aos motoristas, mas também aos pedestres, que não conseguem ir de um lado ao outro.

"O barulho da batida foi tão forte que parecia que estava dentro de casa. Foi terrível. Aqui os acidentes são inúmeros. Já fui testemunha de acidente, já fui a acidentada e vi muitos acidentes tristes, como o de ontem. Cada acidente nos marca de um jeito, pois nos colocamos no lugar da família, no lugar da pessoa e isso é muito triste", completa Eliana Semensato Mendonça, 42, também moradora da região. 

Os perigos da Rua Maurício Galli ficaram tão evidentes que, em menos de dois meses morando no local, a doceira Geralda de Oliveira, 50, decidiu mudar-se novamente. Ela conta que, neste período, já viu diversos acidentes e teve o retrovisor do carro, que estava estacionado em frente a sua casa, quebrado por outro que passava em alta velocidade. "Morei na Vila Xavier por muitos anos e nunca aconteceu nada. Aqui tenho até medo quando meus netos vêm me visitar. As pessoas correm e não respeitam sinalização. Estou com medo, não quero mais morar aqui", finaliza.
O primeiro acidente
O acidente de quinta-feira vitimou o caldereiro Everton Henrique Rodrigues Costa, o Tom, de 23 anos, que seguia para a casa de moto, para almoçar, quando bateu em uma caminhonete que, supostamente, não respeitou a sinalização de parada obrigatória e atravessou a Rua Maurício Galli, no cruzamento com a Avenida Rocha Lima. O motoqueiro foi parar debaixo da caminhonete, teve ferimentos graves e morreu a caminho da Santa Casa. Testemunhas disseram que Tom estava em alta velocidade, mas a preferencial era dele.
Rua terá trânsito modificado
O trânsito na Rua Maurício Galli será modificado a partir de julho. A via receberá oito conjuntos semafóricos e terá conversões proibidas. A informação é de Cid Monteiro de Barros, secretário municipal de Trânsito e Transportes. 

Ele afirma que a via terá fluxo controlado, como na Avenida Francisco Sales Colturato (Avenida 36) - contará com semáforos em todos os cruzamentos até próximo à Estância Uirapuru, todos funcionando em "onda verde", e com a proibição de conversão à esquerda nos canteiros centrais, tornando obrigatório o contorno pelas ruas paralelas. 

Segundo o secretário, as ruas não podem ser fechadas nos cruzamentos devido à acessibilidade, mas acredita que as medidas previstas diminuirão os riscos de acidentes. "Estamos com o projeto pronto para realizar as modificações, mas estamos ainda buscando uma parceria com o hipermercado que abrirá no local. A via precisa de modificações já que os bairros daquela região vêm se expandido muito e aumentando o movimento da Mauricio Galli", diz. 

Atualmente, passam pelo local entre cinco e sete mil veículos por hora nos períodos de pico, e, com a instalação desse hipermercado, o movimento tende a aumentar.

Apesar das medidas de segurança, segundo o secretário, a diminuição real dos acidentes só ocorrerá quando não houver mais infrações. "No caso dos dois acidentes, a velocidade e a embriaguez ao volante foram os principais responsáveis pelo ocorrido. Por isso não adianta apenas fazer a sinalização, mas é necessário também que haja prudência no trânsito", reforça o coronel Cid.
Estudante de 23 anos é a segunda vítima da semana
A estudante Carolina Mittitier, de 23 anos, morreu na manhã de domingo, após envolver-se em um acidente de trânsito no cruzamento da Rua Maurício Galli com a Avenida José Ziliolli, no Jardim das Roseiras, Região Nordeste de Araraquara. 

De acordo com a Polícia Militar (PM), o jovem L. G. S. N, de 22 anos, subia a avenida com um Corsa, placas DBU-3898, de Jaboticabal, e não respeitou a sinalização de parada obrigatória. Ao cruzar a via, ele atingiu a lateral de um Prisma, placas EKZ-9326, de Campinas.

Com o impacto, o Prisma rodou, bateu em um poste de iluminação pública e tombou. O veículo tinha três ocupantes. A motorista Eliana Maria Gouvêa Mittitier, de 46 anos, e a passageira Edna Gouvêa, 44, sofreram ferimentos leves e foram encaminhadas ao Pronto Socorro Municipal.

No banco traseiro estava Carolina, no lado do carro atingido pelo poste e bateu a cabeça violentamente. Ela não resistiu aos ferimentos e morreu.

A tia da jovem, uma das vítimas do acidente, conta que o impacto foi rápido e forte. "Eu vi o vulto e percebi que ele não iria parar. O carro estava em alta velocidade e nos pegou em cheio", diz Edna. 

O condutor do Corsa fraturou a mão e, depois de liberado do hospital, foi indiciado pelo delegado Márcio Leandro Moretto por homicídio doloso - quando há intenção de matar - por conta das circunstâncias da ocorrência. "O local é perfeitamente visível e sinalizado. Também faremos exames de constatação alcoólica", completa a autoridade.

A Polícia Militar encontrou uma garrafa de cerveja no banco do passageiro do veículo e um engradado no porta-malas. O rapaz foi conduzido para a Cadeia de São Carlos até o encerramento do inquérito policial. O crime é inafiançável. 

A estudante seguia junto com a mãe e a tia para Bauru, onde ia visitar o avô, que estava internado com problemas de saúde. No final da tarde de ontem, ele também morreu. 

O velório, realizado no domingo, e o enterro, na manhã de ontem, foram acompanhados pela presença de um grande número de pessoas. Quaro horas depois, o avô da garota foi sepultado em Bauru.

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