Altos de Pinheiros 1 tem 80 casas com risco de desabamento

Um laudo emitido pela Defesa Civil e de posse da Prefeitura de Araraquara mostra que 80 casas de um lote de 320 residências do Jardim Altos de Pinheiros 1, Zona Leste, tem risco de desabamento da cobertura devido a problemas estruturais. Foram identificados problemas nas vigas de sustentação do teto das casas. Também há cupins na madeira. Em duas casas, o madeiramento não suportou o peso do aquecedor solar e cedeu. Por sorte, ninguém ficou ferido.

Duas famílias retiraram os aquecedores solares por conta própria; outra casa tem uma lona no teto para conter a água das chuvas.

As residências foram construídas há pouco mais de cinco anos em convênio da Prefeitura com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). Na época, houve problema com a empresa que realizava o serviço e acabou sendo substituída no decorrer da obra.

A situação foi identificada pelos moradores, há alguns meses, após a instalação de aquecedores solares sobre o telhado das casas. Eles afirmam terem se queixado com a CDHU e a empresa que instalou os equipamentos, mas não obtiveram soluções.

Anteontem, a Defesa Civil foi ao local após ser acionada pelo vereador Tenente Santana e um engenheiro da Prefeitura. A conclusão do laudo feito após a visita é de que as madeiras usadas na estrutura das casas são de baixa qualidade, o madeiramento de sustentação do telhado é todo emendado e tem espessura menor do que o adequado.

Também concluiu-se que a instalação dos aquecedores solares causou infiltração nas residências; que não foram usados madeiramento de terças ou vigas; e nas emendas dos caibros foram usadas chapas perfuradas que não são recomendadas para este fim. De acordo com o laudo, é necessária a intervenção para corrigir os problemas no madeiramento das casas.

O laudo foi entregue ontem ao prefeito Marcelo Barbieri (PMDB). De acordo com Edson Adalberto Alves, coordenador da Defesa Civil, a Prefeitura deve analisar as medidas administrativas cabíveis ao caso. "O laudo foi entregue ao prefeito e agora a Prefeitura vai estudar quais as medidas administrativas cabíveis. Também devemos entrar em contato com a CDHU, que é a responsável pela obra", explicou.

A reportagem tentou contato com representantes da CDHU, mas a regional de Ribeirão Preto, que responde pelos empreendimentos de Araraquara, estava fechada devido ao feriado de São Sebastião, padroeiro da cidade. Informações extraoficiais dão conta de que o órgão foi informado, ontem, sobre o problema e que um engenheiro irá vistoriar as casas.

Famílias estão com medo de ficar nas casas
A família da dona de casa Edneide Santos de Souza, de 37 anos, estava na igreja quando o forro de PVC da residência cedeu ao ser atingido pelas águas do aquecedor solar. O equipamento só não atingiu a residência porque ficou preso em uma ripa e arame. Mas, um dos filhos dela está com medo de dormir no local novamente, teme, assim como toda a família, de que a cobertura da residência venha abaixo. "A empresa que instalou o aquecedor solar fez os reparos, mas o engenheiro disse que essa cobertura é de péssima qualidade. O pedreiro também já avisou que está cedendo e pode cair. Estamos com medo, mas não temos para onde ir. Esta é a nossa casa", relata.

Na residência do casal Paulo Sérgio Sopresse, 40, e Aparecida Conceição Pacheco, 37, ocorre o mesmo problema. Sem solução, o telhado precisou ser coberto com uma lona. Chovia em toda a casa. "O engenheiro disse que o meu telhado é o pior que tem, é arriscado. Agora, quem vai consertar?", questiona.

Na casa da diarista Edneide Silva dos Anjos, 34, o aquecedor também precisou ser retirado, pois corria o risco de cair e antecipar o desabamento do teto. O forro de PVC também chegou a ceder após um vazamento de água que danificou móveis, como um guarda-roupas, e estragou documentos pessoais. "Eu até quero que instale de volta, mas disseram que viriam aqui consertar, mas ninguém veio até agora", conta.


fonte: Tribuna Impressa

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