Pesquisadores divergem sobre o espaço da blasfêmia na obra de artistas como Lady Gaga, Andres Serrano e Nanni Moretti

Não se sabe se por excesso ou falta do espírito da Páscoa, mas, em nove dias, três artistas de renome internacional - um na música, um na fotografia e um no cinema - despertaram a ira cristã com suas produções.
Os atritos, que pipocaram nos Estados Unidos, na França e na Itália, chamaram a atenção de acadêmicos americanos que pesquisam a relação entre a religião e a arte e alimentaram uma nova polêmica nessa área: há espaço para a blasfêmia na modernidade?
No último dia 15, o novo single de Lady Gaga, "Judas", tirou a maior organização católica dos Estados Unidos, a Catholic League for Religious and Civil Rights, do sério.
- Ela está usando a idolatria cristã para escorar a chatice de suas performances mundanas e sem talento - disparou Bill Donohue, presidente da entidade, cuja sede fica em Nova York.

ÁUDIO: Ouça a faixa 'Judas', de Lady Gaga

Obra mostra Crucifixo submerso em urina na França
PARIS, 20 de abril de 2011.
Um grupo de cristãos destruiu uma obra blasfema do polêmico autor americano Andrés Serrano exposta em Avignon (França), que consiste em uma fotografia em que se aprecia um recipiente cheio de sua própria urina com um crucifixo dentro.





 A Rádio Vaticano apresentou hoje o filme «Habemus Papam» (temos Papa), de Nanni Moretti, como uma obra que não se destina a ser “pró ou contra a Igreja”.
Com estreia marcada para esta sexta-feira, em Itália, "Habemus Papam" (expressão usada no anúncio da eleição de um novo Papa) fala das hesitações e dúvidas de um cardeal eleito Papa que recusa aparecer aos fiéis, no Vaticano, numa “dolorosa crise”, segundo a emissora pontifícia.
“É tudo muito humano, assim como é profundamente humano o desânimo geral que toma de assalto o Sacro Colégio [dos cardeais], após o esperado «Habemus Papam», o eleito tem medo, refugiando-se na Capela Sixtina, reza, chora e, nervoso, não fala”, indica a crítica ao filme hoje publicada.
Nanni Moretti, indica a Rádio Vaticano, quis “apenas relatar a desadequação e a fragilidade que o novo Papa, como tantos outros homens, poderia sentir face ao mundo, ao papel e à responsabilidade enorme de que foi investido”.
Em conclusão, a emissora pontifícia sublinha que “Deus é sempre capaz de ajustar as escolhas e os resultados” da “fraqueza” dos seres humanos, uma “visão de fé” que diz não se encontrar no filme italiano.

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