O Conselho do Programa de Pós-Graduação em Educação Escolar (PPGEE)
da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Araraquara anulou a prova
escrita do processo seletivo do mestrado, realizada no dia 7 de maio por
uso de parâmetros diferentes na correção das avaliações. Uma nova prova
será aplicada no próximo dia 2, às 9 horas.
De acordo com o documento encaminhado aos candidatos, assinado pela
vice-coordenadora do PPGEE, professora doutora Vera Teresa Valdemarin,
cinco candidatos recorreram do resultado, solicitando a revisão da prova
escrita. A comissão criada no mês de abril pelo conselho do PPGEE para
elaborar, aplicar e corrigir a prova escrita deferiu dois destes
recursos.
Depois disso, os conselheiros do PPGEE analisaram uma amostra de provas e
consideraram que não foram utilizados os mesmos procedimentos e
parâmetros na correção das provas. "Frente a tais fatos, o Conselho do
Programa deliberou anular a prova escrita", diz o documento.
Segundo o texto assinado por Vera Teresa, o objetivo do cancelamento foi
garantir a igualdade de procedimentos para todos os inscritos e
preservar a transparência do processo. "Entendemos que processos
seletivos concorridos, como é o caso do PPGEE da Unesp, devem manter
parâmetros avaliativos igualitários, mesmo que isso implique na crítica
aos seus próprios procedimentos", diz.
Novo exame e entrevista
A coordenação do curso não reabrirá as inscrições e todos aqueles que
fazem parte do processo de seleção devem refazer a prova - 155 pessoas
concorrem a 54 vagas. As entrevistas estão valendo e serão realizadas a
partir de agora apenas com os candidatos que ainda não as fizeram. A
divulgação da lista de aprovados e da agenda de entrevistas será no dia
11 de julho.
A vice-coordenadora Vera Teresa Valdemarin não foi encontrada pela reportagem para comentar pessoalmente o caso.
Candidata reclama de prejuízos
A candidata Nathália Galo é uma das candidatas ao curso de mestrado
em Educação Escolar da Unesp Araraquara e contabiliza os prejuízos com a
decisão da universidade em cancelar a prova. Ela já fez quatro viagens
de Ribeirão Preto para Araraquara para fazer a avaliação - uma para a
prova escrita e três para a entrevista, casos em que faltou do trabalho.
Agora, terá que voltar pare refazer o exame escrito. "Cada passagem
custa R$ 17 de ida e mais R$ 17 de volta. Não pedi ressarcimento, ao
menos por enquanto. Porém, muito mais do que o ressarcimento financeiro,
o moral não pode ser remediado, especialmente se eu não for muito bem
nesta segunda prova", diz.
Nathália reclama que não foi avisada sobre o cancelamento da prova.
Soube do problema quando entrou no site para conferir outras
informações. "Entrei no site para ver o resultado da segunda etapa e
havia um arquivo de esclarecimento informando sobre o cancelamento. Se
eu não tivesse olhado o site da faculdade antes do dia 2 de julho,
provavelmente não seria informada de uma nova prova, porque não recebi
nenhum tipo de aviso diretamente", conta. "Sinto-me profundamente
prejudicada."