A primeira Irmandade Santa Casa foi fundada em Lisboa (Portugal),
pelo Frei Miguel de Contreiras, em 1498, com apoio da rainha D Leonor,
de quem era confessor. Foi criada no intuito de atender a população mais
necessitada, assistir aos enfermos e alimentar os famintos. No Brasil, a
Irmandade Santa Casa de Misericórdia instalou-se em Olinda (Pernambuco)
desde 1539, logo depois em Santos (São Paulo) no ano de 1543.
Em Araraquara a Santa Casa foi inaugurada em 1898, construída com
donativos. Hoje as santas casas estão na eminência de serem fechadas, em
nossa cidade a irmandade tem passado por momentos difíceis, inúmeras
denúncias e agora o plano de saúde está sendo administrado pela UNIMED,
tendo também conseguido pelo MEC, funcionar como hospital escola. A
Beneficência Portuguesa e o hospital São Paulo não trabalham mais com o
SUS, sobrecarregando a Santa Casa que atende boa parte da região, tendo
recentemente a ajuda do hospital estadual de Américo Brasiliense.
As opiniões em geral são voltadas para o SUS, sempre tendo
reclamações sobre o repasse do governo que é baixo, não dando para pagar
as despesas, faltando sempre até material cirúrgico como gases,
algodão, luvas, seringas, álcool e mertiolate, sem falar dos
equipamentos quebrados que ficam parados por falta de verba para
conserto. Outro agravante é o pagamento de médicos e funcionários.
A Santa Casa de Ribeirão Preto deixará de atender os pacientes do
Sistema Único de Saúde (SUS), a partir do dia 29 deste mês. A decisão
foi tomada após assembléia realizada na última quarta-feira (29).
O diretor da Santa Casa de Ribeirão Preto, Luiz Antônio Araújo Dias,
informou que a decisão foi motivada pela falta de pagamento aos médicos,
referente ao mês de junho. Ainda de acordo com o diretor, os médicos
junto com os dirigentes do hospital tentaram diversas vezes conversar
com a Administração Municipal sobre o problema, mas não tiveram retorno.
Em relação ao repasse do SUS à Santa Casa, a Secretaria Municipal da
Saúde de Ribeirão informou que o pagamento obedece a ordem cronológica
definida por lei e que o hospital deve R$ 7 milhões para a secretaria
referente ao recolhimento do lixo hospitalar, que vem sendo feito desde
2003. A prefeitura propôs que esse dinheiro fosse usado para pagamentos
futuros a serem feitos à Santa Casa.
Esperamos que os reflexos destas falências não atinjam a nossa
querida Santa Casa de Araraquara, ao ponto de não atender mais via SUS.