Araraquara não terá vacinação antirrábica pelo segundo ano

Após a realização de mais testes, o Ministério da Saúde decidiu, nesta semana, suspender a vacinação gratuita de cães e gatos contra a raiva por mais um ano. A decisão será acatada por Araraquara, que decidiu mais uma vez não adquirir o medicamento como está ocorrendo em outras cidades do Estado. Cerca de 28 mil cães e gatos ficarão sem o serviço público.

O problema começou no ano passado, depois do registro de animais que morreram por conta dos efeitos colaterais da vacina do laboratório Biovet, distribuída pelo sistema de saúde.

Em nota, o Ministério da Saúde explica que no laboratório responsável pelo fornecimento da vacina antirrábica para cães e gatos, fez novas análises laboratoriais no imunobiológico produzido, além de um ensaio clínico, previamente à sua utilização em campo.

Tais etapas não são exigências da legislação atual, aplicada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), porém foram necessárias em função de eventos ocorridos com o produto, no ano anterior. E os resultados não foram satisfatórios.

O coordenador de Vigilância em Saúde, Feiz Mattar, afirma que a suspensão segue até segunda ordem do Ministério. "Até agora, a orientação é que não terá vacina, mas o caso pode mudar até dezembro", acredita Mattar, que não chegou a cotar preços de vacinas para a campanha municipal. Segundo ele, a Prefeitura descartou a possibilidade de adquirir o mesmo medicamento por meios próprios por precaução, devido aos riscos de morte dos animais e também não cogita a compra de produtos importados. "Somos responsáveis. Se sabemos que tivemos problemas, o melhor é aguardar um resultado favorável ao medicamento."
Prejudicial
A veterinária Tânia Rogante recebeu a notícia da suspensão com alívio. Para ela, o medicamento brasileiro não tem a mesma qualidade do importado e, de fato, prejudica a saúde de animais sadios.

Outro problema apontado pela profissional é que durante as campanhas do Governo, os responsáveis por aplicar o medicamento são técnicos e não veterinários. "Eles medicam animais não sadios, que podem ter complicações em decorrência da vacina e morrer."

Mais do que fazer a aplicação gratuita, para Tânia, o Governo Federal precisa é conscientizar os donos de animais sobre a saúde dos seus bichinhos. "A responsabilidade por cuidar dos animais não pode ser do Estado", afirma.
R$ 50,00 - É o custo médio de uma vacina antirrábica aplicada em clínicas particulares

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