A Petrobras projeta um consumo de gás 15% maior que a oferta em nove anos, segundo o novo plano da estatal. A demanda por dia de gás será em 2020 de 200 milhões de metros cúbicos sendo somente 137 milhões de metros cúbicos disponíveis para consumo diário. Em Araraquara ainda não saiu do papel a compra da Gas Brasiliano pela estatal, provocando instabilidade na criação de termelétricas e investimentos da indústria local em relação ao gás.
O contrato atual com a Bolívia termina em 2019, caso não seja renovado, o consumo de fornecimento do gás superará a oferta em 40% em 2020. Ainda no mesmo período, o consumo interno da Petrobras triplicará, tendo um salto de 18 milhões para 61 milhões de metros cúbicos por dia. A estatal em adequação ao cenário modificou seu plano de investimentos, cortando R$ 7,3 milhões em gás e energia para os próximos 5 anos.
Documentos da Petrobras apontam que serão adiados projetos que aumentam o consumo de gás pela companhia em relação às usinas termelétricas. Estão adiando vários projetos como o pólo de nitrogenados em Linhares (ES) e outro em Uberaba (MG), e uma fábrica de parafina na Amazônia - obra que faz parte do PAC 2 , segunda fase do programa.
O presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli vem sendo pressionado pela imprensa pela indefinição da estatal que tem deixado os investidores principalmente na criação de termelétricas parados. Em Araraquara foi doada uma área de terra para construção de uma termelétrica, mas infelizmente pela incerteza causada pelos dirigentes da estatal ainda não saiu do papel, podendo a área ser devolvida para a prefeitura.
Gabrielli, disse a investidores que algumas opções para conter o déficit estão em estudo. Uma delas seria construir terminais novos de importação de GLP (gás liquefeito de petróleo). “O quadro depende do consumo que as usinas térmicas terão, e também qual o grau de injeção de gás precisaremos para retirar o petróleo do pré-sal”, disse o presidente da estatal.
