Saúde tem espera de seis meses para exames laboratoriais

Seis meses aguardando uma ressonância no joelho. Essa realidade não é vivida apenas pelo segurança José Wellington Mendes, de 43 anos. Ressonância e cintilografia — método de diagnóstico por imagem da Medicina Nuclear — são alguns dos exames laboratoriais que têm fila de espera para atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

José deslocou o joelho e o médico suspeita que ele tenha tido um desligamento do menisco (cartilagem que protege as extremidades dos ossos do joelho), o que só poderá ser comprovado com a ressonância.

Enquanto espera pelo exame, o paciente faz uso de medicação para conter a dor. "Estou esperando desde janeiro. Sempre contribui com o INSS, paguei meus impostos em dia. É tudo muito constrangedor e humilhante o que está ocorrendo. Sem falar que tem dias em que a dor é insuportável", lamenta.

A Secretaria Municipal da Saúde confirma que a cota para exames laboratoriais está reduzida e, de fato, precisa ser ampliada, mas todo o processo deve ser revisto em conjunto com a Diretoria Regional de Saúde (DRS), pois, além de atender aos pacientes de Araraquara, a cidade também recebe a demanda de outras cidades.

Problema generalizado
Os problemas com exames laboratoriais, justifica a secretária de Saúde, Regina Barbieri, não ocorrem apenas em atendimentos na Santa Casa e no Hospital Estadual de Américo Brasiliense (Heab), mas todos em os outros locais de atendimento.

E decorrem do fato de o contrato de prestação de serviços estar defasado, segundo Regina. Ele foi elaborado em 2008 e, desde então, não foi revisado. "A realidade de Araraquara e Região já mudou. A necessidade hoje é diferente, a população cresceu e estamos estagnados."

A Prefeitura fará uma proposta de Programação Pactuada Integrada (PPI), em conjunto com a DRS, para aumentar as cotas para exames de cintilografia e ressonância que são os mais procurados.

A secretária, no entanto, não revela o número de pacientes na lista de espera por exames laboratoriais. Mas diz que, para efeito de comparação, a Prefeitura tem uma cota de R$ 60 mil por mês para realizar exames de ressonância magnética e isso supre apenas 60 atendimentos.
Secretária quer passar tomografias para Américo

Uma das alternativas estudadas pela Secretaria Municipal da Saúde para acabar com a fila de espera por exames é a expansão dos atendimentos de tomografias no Hospital Estadual de Américo Brasiliense (Heab).

Ela quer propor ao Estado que a Secretaria Municipal da Saúde cuide das ressonâncias e o Heab das tomografias e as verbas que ela receberia para fazer o segundo exame sejam revertidas para a realização do primeiro tipo na cidade. "Temos de elaborar novas formas para atender com qualidade os nossos pacientes. Não temos dinheiro suficiente para assumir aquilo que é de nossa responsabilidade, não há novas verbas, mas estamos fazendo o possível", afirma Regina.

Portal Araraquara Hoje

Criado com a intenção de unificar as notícias mais importantes de Araraquara, região, Brasil e mundo.Créditos da imagem: Núcleo de Artes Visuais de Araraquara