A manifestação, embora com poucos participantes, ganhou grande carga de emoção quando Roldan realizou seu discurso. Contou dos valores passados por seus pais, de sua conduta em lutar por aquilo que considera certo. Agradeceu a solidariedade dos colegas e chorou.
O presidente do Sismar explicou que a manifestação teve três eixos de protesto, sendo que um deles diz respeito à extinção da equipe de controle de fauna sinantrópica. A informação é do presidente do Sismar, Valdir Teodoro Filho, que ressalta que esse é um trabalho reconhecido até mesmo em âmbito nacional e internacional e que os funcionários têm sido retirados desse setor por retaliação e perseguição. “Estamos protestando pela manutenção dessa equipe”.
Um outro ponto, de acordo com Teodoro, é o fato do setor da saúde atravessar, segundo ele, uma crise histórica em Araraquara, e que recebem denúncias de que há irregularidades, como os recursos encaminhados em favorecimento a particulares que infringem o código de postura e o código sanitário. “Situações que colocam em risco a saúde pública, então são alertados, advertidos, orientados, dando-se prazo para que regularizem algumas situações e se chega à multa, que é medida extrema, é porque estão pouco se lixando com a população, certos que estão da impunidade”, afirma. Ele explica que depois de multada a pessoa entra com um recurso, muitas vezes fora de prazo, e que a maioria é deferida, sem justificação e fundamentação. “Esperamos que um setor como o da saúde pública, na Vigilância Sanitária em especial, que há um código sanitário volumoso e que requer conhecimento, com inúmeras portarias, atos normativos, resoluções do Estado, da Funasa, do Ministério da Saúde e do próprio município requer o apoio de um profissional da área de Direito para fazer a análise desses processos que são, na verdade, um direito do cidadão que não pode sofrer uma penalidade arbitrária de um fiscal, para isso que tem os recursos, mas deferimento fora de prazo sem fundamentação sugere favorecimento irregular para particulares que estão colocando em cheque a vida da população de Araraquara”.
Demissão descabida
O último eixo da manifestação diz respeito ao Marcelo Roldan que, segundo Teodoro, é um profissional muito crítico e ativista nos movimentos, mas que pode falar como presidente do sindicato que, do tempo em que está na prefeitura, sendo oito anos de sindicato, conhece muitos servidores e se tivesse que elencar os dez melhores Roldan estaria dentre daqueles que chama de exemplar, do ponto de vista da população que é atendida.
Vale lembrar que Marcelo Roldan sofreu um processo administrativo porque certo dia teve uma explosão de emoção. “Fez xingamentos e esbravejou pois estava tendo seu trabalho cerceado, confisco de equipamentos, negativa de melhor estrutura para trabalhar. Ele reconhece que suas palavras foram um tanto ofensivas, mas era uma forma de por pra fora. Acolheu a ordem que foi dada. Ele não se insubordinou, respondeu por isso, mas acredito que por sua participação ativa nos movimentos, apesar do jurídico orientar para uma suspensão, que é a aplicação de uma penalidade até severa, mas seria respeitada, o prefeito acolhendo uma recomendação do secretário de Negócios Jurídicos resolveu pela demissão, que é extremamente descabida e desproporcional a qualquer acusação que possa ter sido feita contra ele. A demissão a bem do serviço público é naquele estágio onde a pessoa infringe deliberadamente coisas que coloquem o serviço público em cheque, que furta, mas ele gritou que queria trabalhar e se isso for um crime passível de demissão por justa causa eu começo a perder o norte do que estou fazendo”.
O Sindicato protocolou um ofício para o presidente da Câmara pedindo a abertura de uma CEI, Comissão Especial de Investigação, para apurar essas denúncias citadas.
