Na semana em que a seleção brasileira de futebol entrava em campo para decidir o título de campeão mundial de 1.970, há exatos 41 anos, o IBGE divulgava o resultado de um novo censo no Brasil. Araraquara rompia a casa dos 100 mil habitantes – para sermos mais precisos, 100.438 habitantes – e dava início a uma nova era na sua trajetória. Isso porque, naquela época, já se dizia que muitas empresas comerciais só olhavam com interesse maior para cidades acima de 100 mil habitantes.
Nesta mesma linha de raciocínio, urbanistas davam início às discussões mais intensas de qual seria a média da densidade demográfica adequada para evitar que as cidades se transformassem em formigueiros inabitáveis. Os mais reconhecidos diziam que o suportável seria um crescimento entre 5 a 7%, mas o ideal seria a manutenção de um crescimento que ficasse entre 2,5% a no máximo 4%. Passadas quatro décadas, por mera sorte ou até mesmo por um planejamento intuitivo, Araraquara manteve esse ritmo e cresceu nessa média – de 2 a 3% – que no final correspondeu a uma Araraquara dentro da outra, ou seja, do rompimento da casa dos 100 mil em 1.970 para o rompimento da casa dos 200 mil em 2010.
No censo de 1.980, Araraquara fechou com 128.182 habitantes, em 1.990 bateu em 166.731 habitantes, em 2.000 chegou a 182.471 e agora, em 2010, atinge 208.725 habitantes.
Os ansiosos e afoitos não se cansam de criticar a cidade, colocando-a na condição de pouco atraente para manter um nível razoável de empregos disponíveis. Os mesmos inconformados alegam salários menos atraentes que outras regiões para profissões correlatas.
No entanto, os ansiosos e afoitos não estão do lado da razão, afinal – dizem os mais conceituados urbanistas – a ansiedade crítica, que gera o inconformismo, carece da assistência de um bom médico, uma vez que alta densidade demográfica causa o estresse que leva ao estado patológico. A razão está ao lado do equilíbrio que a cidade manteve durante essas quatro décadas.
Para o prefeito que está, e aos que virão, seria oportuno cuidar para que a cidade mantivesse esse índice a ponto de todos os problemas, ainda, serem passíveis de solução.
