Conscientização cresce na medida da procura por testes de HIV/Aids

Ao mesmo tempo em que o índice de casos novos de Aids em Araraquara cai ano após ano, a procura pelo teste de HIV/Aids vem apresentando crescimento, segundo dados divulgados pela Secretaria Municipal da Saúde. No primeiro semestre de 2011, o número de testes convencionais realizados cresceu 51% com relação aos seis primeiros meses de 2010 — foram 802 contra 531.

Entretanto, a quantidade de testes rápidos neste mesmo período caiu 21% — foi de 936 para 740. No balanço dos dois, o aumento foi de 5,11% — de 1.467 para 1.542.

A procura deve-se à conscientização da população a respeito dos perigos da doença e à queda no preconceito de quem se coloca em situações de exposição ao vírus.

Desde o início das atividades do Centro de Testagem e Aconselhamento em HIV/Aids e hepatites virais (CTA), em março de 2006, foram realizados 9.057 testes, identificados 50 casos positivos entre os homens e 26 entre as mulheres.

Araraquara tem, atualmente, 723 pessoas infectadas com o vírus, todas em acompanhamento no Serviço de Atenção Especial (SAE) do Serviço Especial de Saúde de Araraquara (Sesa). Desse total, 179 têm o vírus, mas não estão doentes, e outras 487 tomam medicamento antirretroviral.

Jovens

A cidade tem três crianças com o vírus (mas não doentes), outras dez em acompanhamento porque foram expostas ao vírus no parto e mais 13 adolescentes doentes. "Estes adolescentes são parte de uma geração que nasceu quando ainda não havia medicamento para evitar a transmissão da mãe para o bebê na hora do parto", explica Sonia Gaban, coordenadora do programa DST/Aids da Prefeitura. "Hoje, com os medicamentos, a chamada transmissão vertical está zerada."

Apesar de os números serem aparentemente favoráveis, com a queda nos casos novos e o crescimento do número de exames, a coordenadora apresenta uma conclusão ruim: "As pessoas continuam se infectando. Ninguém, ainda, conseguiu interromper a cadeia de transmissão."

Fazer sorologia ajuda a reduzir casos
Segundo Sonia Gaban, coordenadora do programa DST/Aids da Prefeitura, o crescimento da procura pelo teste de HIV/Aids é um fator positivo para o controle da doença por dois motivos: ajuda no diagnóstico precoce e colabora para a disseminação da cultura da prevenção. "A cada exame, mesmo com o resultado negativo, a pessoa recebe orientação sobre as situações que a expõem ao risco de infectar-se. Isso ajuda na prevenção, já que não existe mais ‘grupo de risco’. São as situações que podem ser ou não de risco", declara a coordenadora.

Atualmente, a preocupação maior de Sonia é com a contaminação das mulheres jovens, uma vez que o percentual de casos novos de Aids está praticamente igual para os dois sexos, muito diferente do que era registrado há poucos anos. "Antes, a proporção era de mais de quatro homens para cada mulher. Os números de casos novos estão caindo, mas esta proporção mostra que ainda há comportamento de risco entre elas", completa Sônia.

Testes hiv/aids realizados na cidade
Comparativo
Exame Convencional
1º semestre 2010 = 531
1º semestre 2011 = 802
Variação = + 51,03%
Teste Rápido
1º semestre 2010 = 936
1º semestre 2011 = 740
Variação = - 20,94%

Total (convencional + rápido)
1º semestre 2010 = 1467
1º semestre 2011 = 1542
Variação = + 5,11%

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Criado com a intenção de unificar as notícias mais importantes de Araraquara, região, Brasil e mundo.Créditos da imagem: Núcleo de Artes Visuais de Araraquara