De janeiro a setembro de 2010, foram registradas 817 vítimas no trânsito da cidade, enquanto no mesmo período de 2011, o número cai para 307, conforme dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo e da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes de Araraquara.
Embora os acidentes com vítima estejam em queda, a quantidade de pessoas mortas em colisões de veículos subiu de 11, em 2010, para 18, em 2011, na comparação entre janeiro e setembro dos dois anos.
A pesquisa do Governo Estadual usa dados das Polícias Civil e Militar e Superintendência da Polícia Técnico-Científica. Os casos com vítimas são registrados como lesão corporal culposa por acidente de trânsito.
Segundo o secretário municipal de Trânsito e Transportes, Cid Monteiro de Barros, a explicação desta queda está nas medidas adotadas pela Prefeitura. "Em muitos trechos, nós diminuímos a velocidade e colocamos mais fiscalização por radar móvel", justifica.
Também contribuiu para a diminuição de acidentes a rígida fiscalização da PM e dos agentes municipais de trânsito, diz o secretário.
A psicopedagoga Dolores Soares coloca a culpa na imprudência dos condutores destes veículos. "Todo mundo está cansado de saber que isto acontece mais com motociclistas, que se envolvem em acidentes mais graves", diz.
O delegado de trânsito, Edvaldo Ravenna Picazo concorda com a afirmação e vê na baixa idade dos condutores o fator provocador dos acidentes. "Temos leis, fiscalização, mas o importante é o motorista adotar uma postura mais responsável ao volante, para evitar tanta batida", conclui.
Mesmo com a queda, o secretário acha equivocada a metodologia adotada pelo Governo para as estatísticas. "Os acidentes nas rodovias da região em que as vítimas são atendidas aqui são somados como se tivessem acontecido em de Araraquara".
307
Pessoas sofreram lesão grave em decorrência de acidentes no trânsito de Araraquara nos nove primeiros meses de 2011
Análise
Tipo de veículo versus ferimentos
"Os motoristas vítimas de acidentes de trânsito, em geral, têm ferimentos na face, no pescoço e no ombro. São escoriações leves quando o condutor está de cinto de segurança. Mas há riscos de cortes na face quando há estilhaços de vidro. Raramente acontece ferimentos em pernas e pé, a não ser em colisões muito violentas.
Já no caso dos motociclistas, as lesões são mais graves porque atingem os membros inferiores, pernas e pés, além dos braços. Há risco de as vítimas conviverem para sempre com sequelas destes acidentes, provocadas por fraturas expostas dos membros. Há também lesões nos ligamentos, que podem ser provocadas pelos acidentes. Por isto, é preciso o máximo de cuidado na condução de motos pelo tráfego, porque a maior parte das vítimas são motociclistas."
Aryovaldo Tarallo
Médico ortopedista
Eu vivi
Sofri um acidente no fim de agosto deste ano e estou há quase dois meses parado. Já passei por cirurgia e ando com a ajuda de muleta. Tudo aconteceu porque o motorista de um carro não respeitou a minha preferência em um cruzamento e me atingiu a perna esquerda. Agora, posso perder este ano no curso de Enfermagem e ainda vou ter de entrar na Justiça contra o motorista."
William miranda
(Emergentista)
