A menina chinesa de
dois anos, atropelada duas vezes e ignorada na berma da estrada,
mantém-se em estado crítico. A mulher que a tirou da poça de sangue é
vista como heroína e peça central do debate contra a apatia que se
instalou numa China rendida à ambição econômica. O vídeo contém imagens
chocantes. Mas pelo visto, para as 18 pessoas que passaram por lá no momento não, pois ignoravam como se fosse um saco jogado na rua.
Qu Feifei, mãe de Wang Yue, a menina
atropelada e deixada sem assistência na berma da estada, oscila entre o
desespero e a esperança de voltar a ter filha nos braços. Passou todo o
dia de terça-feira a falar com a pequena Yueyue, como é chamada pela
família, através de uma janela entreaberta, no Hospital Militar de
Guangzhou, no sul da China.
"Yueyue, dá à mãe outra oportunidade para te amar, sim?" Do outro lado do vidro, a menina não ouviu a súplica materna. Deitada, entubada, Yueyue permanece com actividade cerebral reduzida e com prognóstico muito reservado. "Conheço a minha filha... Ela é forte e vai acordar", diz Qu.
"Yueyue, dá à mãe outra oportunidade para te amar, sim?" Do outro lado do vidro, a menina não ouviu a súplica materna. Deitada, entubada, Yueyue permanece com actividade cerebral reduzida e com prognóstico muito reservado. "Conheço a minha filha... Ela é forte e vai acordar", diz Qu.
A menina ficou gravemente ferida depois de ter sido atropelada duas vezes seguidas, quinta-feira, numa estrada perto da loja do pai. Segundo escreve a CNN, terça-feira à tarde eram ainda bem visíveis as marcas de sangue no pavimento e eram perceptíveis os locais onde ocorreram os atropelamentos.
As imagens recolhidas pelas câmaras de segurança de uma loja mostram os acidentes e a criança, ferida, deitada no seu próprio sangue, sendo ignorada por mais de uma dúzia de pessoas que por ela passaram, numa concorrida zona de comércio da cidade. O vídeo, que indignou o país, e originou um intenso debate sobre a desumanização da sociedade chinesa.