Acidentado sofre a espera de cirurgia pela rede pública

O auxiliar administrativo Rodrigo de Moura, de 31 anos, diz acompanhar impotente as discussões sobre os problemas financeiros da Santa Casa, responsável pela suspensão das cirurgias eletivas (não urgentes) no hospital.

Moura sofreu um acidente há seis meses e ainda sente dores. Mais que isso, teme perder o emprego quando voltar de sua licença, em abril, e enfrentar dificuldades para encontrar outro devido às sequelas do acidente. Segundo ele, uma fratura na clavícula não foi identificada pela Santa Casa em um primeiro exame e agora ele não consegue marcar outra cirurgia que o faça parar de sentir dores e mancar.

"Sofri um acidente de moto no dia 21 de maio e fui levado para a Santa Casa, onde foram tirados vários raio-X. O médico então constatou que era fratura de tíbia, fez a cirurgia e fui liberado dias depois", conta Moura. Desde que saiu do hospital, porém, ele diz sofrer dores na coluna.

"Algum tempo depois, minha fisioterapeuta da Udefa [União dos Deficientes Físicos de Araraquara] notou que eu andava ‘torto’ e com um pouco de dor nas costas. Foi então que ela me pediu o raio-X do dia do acidente e notou algo estranho", lembra. Foi identificada uma fratura do terço médio da clavícula, outra fratura com achatamento da placa terminal superior da 2a vértebra lombar e redução dos espaços intervertebrais entre as 1a e 2a vértebras lombares e entre a 5a vértebra lombar e o osso sacro.

O médico teria dito a Rodrigo que ele não terá problemas mais graves, mas talvez precise de uma intervenção cirúrgica na clavícula, pois ela não está se consolidando desde o acidente e agora tem um "calo ósseo" em uma das partes fraturadas.
Idoso também aguarda com dores
O aposentado Sebastião Marson, de 85 anos, está há um mês esperando por uma cirurgia no fêmur na Santa Casa. Ele quebrou a perna ao cair da cama quando tentava levantar-se no dia 2 de outubro. No mesmo dia, foi internado para passar pelo procedimento, mas, até o momento, a prótese necessária para a cirurgia ainda não havia chegado.
Santa Casa contesta informação
De acordo com a direção da Santa Casa, Rodrigo Moura está fazendo acompanhamento mensal no ambulatório de ortopedia e em seu prontuário médico consta não haver necessidade de cirurgia para a fratura da clavícula, mas sim de retirada dos "pinos" da fratura da perna. "Trata-se de um procedimento eletivo e, nesse momento, não estão sendo feitos agendamentos. Entretanto, o médico anotou que, assim que voltassem a autorizar procedimentos eletivos, era para agendar o do paciente", explicou a assessoria de imprensa, que ressaltou ainda que o próprio paciente teria pedido para que a consulta fosse marcada para depois das festas.

Moura reafirma que está com dores desde maio e que faria a cirurgia hoje mesmo, se fosse possível.

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