Africano com suspeita de ebola pediu refúgio ao Brasil


O africano Souleymane Bah, de 47 anos, primeiro caso de paciente com suspeita de ebola no Brasil, chegou ao país no dia 19 de setembro vindo de Guiné, na África Ocidental. O comerciante pediu refúgio às autoridades brasileiras e, de acordo com documento expedido pela Coordenação Geral de Polícia de Imigração, poderá permanecer no país por um ano, quando expira o prazo de validade do documento emitido pela Polícia Federal.
O pedido de refúgio foi feito na delegacia da PF em Dionísio Cerqueira (SC), na fronteira com a Argentina, no dia 23 de setembro. O africano entrou no Brasil pelo Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, depois de fazer escala em Marrocos. O registro no Sistema de Controle de Tráfego Internacional foi feito às 20h38.
De acordo com o documento emitido pela PF, Souleymane não pode ser deportado em virtude de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opinião política. Conforme a Lei 9.474/1997, o documento assegura ao africano os mesmos direitos que qualquer estrangeiro em situação regular no Brasil e deve ser tratado sem discriminação de qualquer natureza.
O paciente chegou ao Rio de Janeiro na manhã desta sexta-feira (10) em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e ficará internado no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que é referência em doenças infecciosas. Ele estava internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) II, no bairro Brasília, em Cascavel, no oeste do Paraná.
De acordo com o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, a UPA Brasília recebeu o paciente classificado como suspeito de infecção por ebola na quinta-feira (9). O homem, que chegou ao Brasil no dia 19 de setembro vindo da Guiné, com escala em Marrocos, relatou na UPA que na quarta (8) e na manhã desta quinta teve febre.
Até o início da noite de quinta, o africano estava subfebril e não tinha hemorragia, vômitos ou outros sintomas e permanecia em bom estado geral. Apesar disso, ele será mantido em isolamento total até que o diagnóstico seja confirmado. “A doença pelo vírus ebola no começo tem uma manifestação clínica muito inespecífica, ela pode ser qualquer coisa, pode ser uma gripe e não dá para correr o risco”, explicou o infectologista.
O ministério da Saúde destacou que, por estar no 21º dia, limite máximo para o período de incubação da doença, o caso foi considerado suspeito, de acordo com os protocolos internacionais para o ebola. A Guiné é um dos três países que concentram o surto da doença na África.
O ebola só é transmitido por meio do contato com o sangue, tecidos ou fluidos corporais de doentes, ou pelo contato com superfícies e objetos contaminados. O vírus somente é transmitido quando surgem os sintomas.
Nesta sexta, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, que coordena a ação nacional, e o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, falarão sobre o caso no Ministério da Saúde.

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