Araraquara: 30 mil pessoas vivem abaixo da linha de pobreza‏


Pobreza

Município quer cadastrar 11 mil famílias com renda per capita menor que meio salário mínimo


 Em Araraquara, cerca de 30 mil pessoas vivem abaixo da linha de pobreza, com renda per capita igual ou abaixo de meio salário mínimo. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e baseados na Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o PNAD, a cidade tem 10.607 famílias pobres, destas 4.158 são atendidas por programa de transferência de renda, a Bolsa Família. O órgão quer agora unificar informações de todas essas famílias no chamado Cadastro Único, que permite a inclusão dessas pessoas em outros projetos como tarifa social da energia elétrica e gratuidade no transporte público intermunicipal para idosos.
Municípios
Embora a diferença seja sutil, os índices de pobreza apresentados por Araraquara são menores em comparação com cidades do mesmo porte. Em São Carlos, por exemplo, o MDS calcula 13.051 famílias pobres, o que corresponde a 17,8% da população.

Em Araçatuba, que tem 20 mil moradores a menos que Araraquara, há 10.698 famílias em situação de pobreza. Americana, que tem total de população semelhante ao daqui, possui 11.517.

No País, há 22,2 milhões de famílias pobres das quais 12,9 milhões são atendidas pela Bolsa Família. O Estado de São Paulo concentra 3,188 milhões dos quais 1,445 milhões estão inclusos no programa de transferência de renda.
Para sociólogo, assistencialismo não basta
O sociólogo José Reis dos Santos Filho, docente da Universidade Estadual Paulista (Unesp), vê a questão da pobreza com certa preocupação. Segundo ele, transferir renda não é a única a solução porque não tira, em definitivo, a família da condição de miserabilidade. Por isso, o desafio está nas mãos dos gestores públicos.

É o Poder Público que, segundo o sociólogo, precisa alçar mão de políticas de desenvolvimento econômico sustentável, investir em educação, qualificação profissional e no resgate da autoestima dessa população para que de fato ela consiga subir um degrau na pirâmide social.

"Precisa garantir a sustentabilidade da economia porque assim se cria empregos no mercado formal", analisa.

No sistema educacional, ele vê duas missões como urgentes: primeiro fazer com que população adulta "recupere o tempo perdido", ou seja, se qualifique e, segundo, um incentivo para que a criança e o adolescente não abandonem a escola. Ele também defende melhoras na assistência médica. "Também é preciso criar alguns mecanismo na assistência médica, pois parte dessas pessoas deixam de trabalhar por problemas de saúde", conclui.
Fonte: Araraquara.com

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