Cerca de 70 mil mulheres morrem todos os anos vítimas de abortos malfeitos, segundo um relatório do Instituto Guttmacher, divulgado neste mês de outubro.
Segundo o relatório, o número de abortos vem caindo nos últimos anos, sobretudo no leste europeu, mas estes dados se referem sobretudo às intervenções feitas em países onde a prática é legalizada. As últimas estatísticas são de 2003, quando foram registrados 41,6 milhões de abortos em todo o mundo, número menor que os 45,5 milhões de 1995.
Deste total, 19,7 milhões foram abortos clandestinos em 2003, menos que os 19,9 milhões registrados em 2005.
O relatório diz que a imensa maioria dos abortos clandestinos acontece nos países subdesenvolvidos da África, América Latina e Caribe, onde a legislação ainda proíbe ou restringe a prática.
Quanto mais pílula, menos aborto
O documento afirma também que o excesso de abortos legais na China tornam a prática insegura na Ásia. Já os abortos praticados na maior parte da Europa e da América do Norte foi considerada segura.
Segundo o instituto, a prevenção da gravidez indesejada é fundamental para reduzir os males causados pelo aborto. Mas em alguns países as famílias ainda não têm informação adequada sobre o assunto nem há estoques suficientes de produtos contraceptivos, como a camisinha e a pílula anticoncepcional, à disposição.
Em todos países onde o uso desses métodos aumentou, como a Rússia e os países que formavam a antiga União Soviética, as taxas de aborto caíram, diz o estudo. No mundo todo, o índice de gravidez indesejada caiu de 69 para cada mil mulheres em 1995 para 55 em cada mil em 2008. Já a proporção de mulheres casadas usando a pílula ou a camisinha subiu de 54% em 1990 para 63% em 2003.
Mas na África, apenas 28% das mulheres casadas conseguem prevenir a gravidez, principalmente porque faltam produtos no mercado.