Exposição mostra coleção de Geraldo de Barros


O SESC Araraquara abre a exposição “Entre Tantos: Geraldo de Barros”, nesta segunda-feira (11), com entrada gratuita. A “exposição–ateliê” traz um recorte da coleção Geraldo de Barros, pertencente ao Acervo SESC de Arte Brasileira, apresentando os processos de pesquisa e construção de imagens fotográficas realizadas pelo precursor deste tipo de arte em nosso país.
A exposição irá até dia 1º de maio. Os horários de visitação são de terça a sexta, das 13h30 às 21h30. Aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h.
Quem foi Geraldo de Barros?
Geraldo de Barros sempre procurou se aproximar das linguagens contemporâneas. Além de artista plástico, trabalhando nos anos 50 com obras concretistas, foi o pioneiro no Brasil da fotografia abstrata, e também trabalhou como designer de objetos, propondo um novo pensamento artístico para o Brasil. “A tentativa da arte concreta em sua finalidade era a de socializar a arte, obter um objeto a partir de um projeto. Os objetos obtidos de um projeto são originais e únicos. O fato de serem iguais entre si é uma decorrência. Se copia o objeto que é produto de um projeto, não se está produzindo objetos a partir de um projeto. A diferença é qualitativa e não quantitativa. O projeto se mantém íntegro e os objetos obtidos, neste caso, permanecem únicos, apesar de produzidos em enormes quantidades, ou em massa”.
Em sua trajetória, experimentou diversos meios. Foi aluno de Clóvis Graciano, Colette Pujol e Takaoka entre 1945 e 1947, período em que participou de Salões Nacionais que lhe renderam alguns prêmios. Fundou o Grupo dos 15, em 1947. Integrou no mesmo ano a mostra 19 Pintores, na Galeria Prestes Maia, onde conheceu Waldemar Cordeiro.
Em 1948, entrou em contato com o crítico Mário Pedrosa e com as teorias da Gestalt. Ao mesmo tempo, realizava projetos fotográficos, como a criação do laboratório de fotografia do MASP, e a exposição abstracionista Fotoformas, com a qual ganhou uma bolsa para estudar em Paris, em 1951, ano que também estudou artes gráficas informalmente na Escola Superior da Forma, em Ulm, na Alemanha, entrando em contato com as idéias de Max Bill.
De volta ao Brasil, expôs na I Bienal de São Paulo, obtendo o prêmio aquisição. Foi um dos fundadores do Grupo Ruptura, de arte concreta, com o qual se reunia para discussões desde o fim da I Bienal. Com o Grupo, realizou exposição em 1952, no MAM-SP, e assinou o Manifesto Ruptura. Ligado ao universo industrial (assina algumas obras com um logotipo), era designergráfico e de objetos. Obteve o primeiro prêmio no concurso de cartaz do IV Centenário de São Paulo, em 1952. Com Alexandre Wollner, fez os cartazes do Festival Internacional de Cinema e da Revoada Internacional, também em 1952. Em 1954 fundou, sob o modelo de uma cooperativa de trabalho, influência da Bauhas, a UNILABOR, que produzia objetos e móveis com uma nova proposta de design para o Brasil, segundo os conceitos de união entre beleza e utilidade. Em 1959 fundou a Form-Inform, dedicada à criação de marcas e logotipos, novamente com Alexandre Wollner, além de Rubem Martins e Walter Macedo. Fundou ainda outra empresa de projetos de design, a Hobjeto Móveis, com Aluísio Bione, em 1964.
Na década de 60, voltou a explorar as figurações em suas obras, sendo um dos criadores do Grupo Rex. A partir de 1977, retorna ao uso da geometria e ao conceito de objetos seriados, fazendo experiências com lâminas de fórmica sobre aglomerado.

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