Prefeitura já tem pronto pedido para julgamento da greve

Servidores municipais marcaram para a manhã da próxima terça-feira o início da paralisação (Foto: Fernando Martins)
Foto: Fernando Martins



Paralisação provoca estranheza; avaliação no Executivo é de que paralisação é política

Antes mesmo de ser notificada oficialmente, a Secretaria Municipal de Negócios Jurídicos já preparou a documentação para acionar o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª Região, em Campinas, e colocar em julgamento a greve dos servidores da Prefeitura, que será deflagrada a partir da próxima terça-feira.
O secretário Ricardo Santos antecipa que a Prefeitura manterá apenas a primeira proposta apresentada, a que garante 6,01% de reajuste no salário base, ou seja a reposição da inflação no período. Segundo ele, é o que a legislação exige. O raciocínio é que com isso o TRT julgue o movimento grevista ilegal.
Caso a paralisação for considerada ilegal, a Prefeitura já começará a cortar o ponto o dos grevistas. "Se [a paralisação] persistir vamos cortar o ponto de quem não for trabalhar; é uma forma de fazer justiça aos que não aderirem", afirma.
Quanto mudar outros itens da proposta, não há definição. "Vamos nos reunir durante o fim de semana, mas o certo é que manteremos a primeira proposta", diz. O secretário não descarta nem a possibilidade de retirar alguns itens que foram oferecidos durante a negociação.
Santos revela que a Prefeitura irá aguardar a evolução dos acontecimentos. "Estamos, como sempre estivemos, abertos ao diálogo e, se formos procurados, vamos continuar negociando, mas se a situação não evoluir e vamos acionar o TRT imediatamente", reitera.

Orquestração

A avaliação na Prefeitura é de que a greve tem motivação política. Ricardo Santos argumenta que na assembleia que decidiu pela paralisação "identificamos diversos servidores ligados a partidos políticos e até vereadores da oposição; está claro que a greve é política e tem por objetivo manchar a imagem do prefeito".
De acordo com ele, a decisão de iniciar já a paralisação "causou estranheza" na Prefeitura. "Estávamos em negociação, a segunda proposta foi articulada junto com o sindicato, achamos muito estranho que 200 ou 300 pessoas decidam por uma categoria que tem mais de cinco mil trabalhadores".
Por fim, o secretário de Negócios Jurídicos faz um pedido aos servidores. "Durante o final de semana, eles podem fazer uma reflexão, pensar melhor e mudar de posição. Entendo que a decisão foi precipitada. A greve pode trazer prejuízos a todos, a categoria pode perder ou deixar de ter benefícios", conclui.

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