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Nissan Sentra 2012: novidade exterior fica apenas por conta da cor branca perolizada |
Com essa cor branca do Nissan
Sentra
2012 não seria difícil ser confundido como taxista aqui em São Paulo.
Tudo bem que a pintura do sedã da marca japonesa é discretamente
perolizada ao contrário dos carros de frota da capital paulista, mas a
comparação foi inevitável até com amigos e parentes. De qualquer forma,
além dessa nova opção de cor, o sedã que chega a partir de R$ 54.990
recebeu apenas o sistema que dispensa chave para dar a partida como
novidade. No caso da versão avaliada, a 2.0 S CVT, o preço sobe para R$
64.290.
Fazia tempo que não dirigia um carro com câmbio CVT, do mesmo tipo que a Renault adotou no recém-lançado
Fluence,
difícil de ser encontrado nos modelos atuais. Nos primeiros quilômetros
é estranho acelerar e notar que o ponteiro do contagiros quase não
varia de posição. A vantagem é o conforto de não sentir trancos entre as
trocas de marcha, mas para quem curte o prazer de dirigir é um pouco
frustrante. Ainda mais quando não há opção de trocas seqüenciais, como a
Audi chegou a oferecer no sedã
A4.
Por isso, logo fica claro que bom mesmo é aproveitar o sistema de som
caprichado com entrada para iPod e pisar de leve no acelerador. Pelos
números aferidos
, o
Sentra CVT vai de 0 a 100 km/h em 11,2 segundos. E retoma de 60 a 100 km/h em 6,6 segundos.
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Traseira com lanternas cromadas é uma das características marcantes do sedã cuja geração atual foi lançada em 2007 |
O
motor 2.0 flex de 143 cavalos tem 16 válvulas, mas responde bem em
baixa rotação, ajudado pelo variador de fase do comando de válvulas. São
20,3 kgfm de torque a 4.800, mas a maior parte desta força (90%) já
está disponível desde as primeiras marcações do contagiros (2.400 rpm).
Em silêncio, a velocidade sobe de maneira constante. E a suspensão se
mostra bem equilibrada, mantendo boa estabilidade sem comprometer o
conforto. No piso esburacado das ruas de São Paulo, o sedã mexicano não
mostrou sinais de franqueza, sem batidas secas. No cômputo geral, o
Nissan é bem acertado, até mesmo a direção com assistência elétrica consegue ser mais comunicativa que a quase anestesiada do primo
Mégane.
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Interior tem bom acabamento e se destaca pelo bom sistema de som com controles no volante e pelo amplo espaço |
Os problemas do
Sentra
começam com o consumo com etanol. Com taxa de compressão mais baixa do
que poderia ter (9,7: 1), consegue fazer apenas 5,6 km/l na cidade e 9
km/l na estrada. Além disso, o visual está quase sem mudanças desde
2007. Exceto pelos retoques na grade dianteira e pela troca dos
retrovisores fixos inspirados nos do esportivo
350Z pelos dobráveis (e com desenho sem graça), o carro é o mesmo há cinco anos.
Outro
ponto negativo é que falta regulagem de profundidade do volante. Mas
apesar de ser mais curto que a maioria dos concorrentes, tem boa
distância entre-eixos (2,69 metros, ante 2.60 m do
Corolla),
o que contribui com o espaço interno. Entretanto, apesar do porta-malas
de 442 litros não ser dos maiores é o único que vem com divisória para
dividir ou ocultar parte da bagagem.
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À esquerda, o porta-malas com a divisória retrátil que serve para separar ou ocultar parte da bagagem |
E
a tal chave inteligente? Bem, no dia a dia, o novo recurso se mostrou
pouco prático. Seria melhor adotar a partida por botão e chave do tipo
cartão, mais fácil de ser guardada e com um encaixe no painel, o que fez
falta no caso do sistema do
Sentra. O jeito foi deixar
a chave solta no porta-copos (curiosamente regulável conforme o tamanho
do copo que estiver sendo usado). Se a chave estiver no bolso e você se
distanciar do carro com as portas abertas, começa a soar um sinal de
advertência e a piscar uma luz no painel, útil, mas incômodo não?
Conclusão: não encontrei muita vantagem nesse sistema I-KEY. Se fosse
opcional, dispensaria. Mas é de série nas versões S e SL e não
disponível na básica.
Chave inteligente se mostrou pouco prática no dia a dia. Não conta com encaixe no interior do carro e tem formato convencional