Pão de Açúcar e Carrefour poderão fechar lojas próximas, diz BTG

Com a operação de fusão proposta ao Carrefour aos ativos da Companhia Brasileira de Distribuição (CBD), holding que detém as lojas do Pão de Açúcar, Compre Bem e Extra, que foi  anunciada nesta terça-feira (28), até 7% das lojas dos dois grupos que estiverem muito próximas poderão ser fechadas ou transferidas para outra região onde a concentração for menor, segundo cálculos estimados por Claudio Galleazi, sócio do BTG Pactual, fundo que apresentou a proposta do Carrefour.
"A gente estima que (poderão ser fechadas) de 5% a 7% das lojas nessas regiões onde tem superposição", afirmou o executivo, que ressaltou tratar-se de uma estimativa, já que a proposta ainda terá que passar por muitas etapas antes de sair do papel: precisa ser aprovada pelos acionistas dos grupos Pão de Açúcar, Carrefour, Casino, e ter ainda a aprovação do Conselho de Administração do BNDES. Caso os grupos cheguem a um acordo, o caso terá que ser levado também para o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
fusão Pão de Açúcar e Carrefour (Foto: Editoria de Arte/G1)
A maior concentração das lojas das duas companhias está em regiões metropolitanas como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, onde poderá haver alguma reestruturação. Porém, Galeazzi afirma que, a princípio, as marcas de todas as redes das duas companhias, incluindo os "atacarejos", serão mantidas.
"A sinergia vai trazer máximo aproveitamento de logística, redução dos estoques, redefinição de centrais de distribuição", disse o sócio.
Caso a operação seja aprovada e concluída, Pão de Açúcar e Carrefour terão de 26% a 27% do varejo no Brasil, segundo afirmou Galleazi. Considerando apenas os supermercados e hipermercados, passa para 30%.
Depois de aprovada pelos acionistas, a proposta de fusão será enviada ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Ministério da Justiça, que poderá aprovar ou vetar a operação.
O Novo Pão de Açúcar (NPA), nome dado ao novo grupo, se a operação de fusão for permitida, terá 2.386 lojas, sendo 1.822 do Pão de Açúcar e 564 do Carrefour, em 178 municípios.
Em 2010, a receita líquida dos dois grupos, juntos, chegou a R$ 65 bilhões - R$ 36 bilhões do Pão de Açúcar e R$ 29 bilhões da operação brasileira do Carrefour.
A proposta foi apresentada na segunda-feira (27) pela empresa brasileira Gama, que pertence ao fundo BTG Pactual, do investidor André Esteves, com o apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Aporte de até 2 bilhões de euros
Segundo o BTG, caso seja aprovada pelos acionistas, a NPA teria 50% da filial brasileira do grupo Carrefour e 11,7% da companhia francesa no mundo, virando o maior acionista. Essa participação pode crescer para até 17%. Se a fusão der certo, as ações seriam divididas com os novos sócios de Abílio.
A proposta prevê aporte de 2 bilhões de euros caso a operacao seja aprovada pelos acionistas das empresas envolvidas. Segundo o BTG e a Estáter, desse total, 1,7 bilhão de euros seriam aportados pelo BNDESpar, 300 milhões de euros pelo BTG Pactual, por meio de subscrição de ações. Também está previsto que a dívida de 500 milhões de euros seja assumida pela instituição financeira, por meio de fundo.
Hoje, o grupo Casino tem 36,9% de participação no Grupo Pão de Açúcar e Abilio Diniz, 21,4%. A holding Wilkes, criada por Diniz e o grupo Casino, detém 25,2% do Grupo Pão de Açúcar, sendo 7,8% de Diniz e 17,3% do Cassino.
Com a criação da NPA, a Wilke teria participação de 20,5%, sendo 6,4% do brasileiro e 14,1% do grupo francês. Já a participação direta de Abilio Diniz na NPA passaria de 13,6% para 10,5% e a do Casino, de 19,6% para 15,7%.
Com isso, o brasileiro teria 16,9% da nova empresa e o grupo francês 29,8%. O restante da NPA estaria dividido da seguinte forma: BNDESpar com 18%, BTG com 3,2% e 32,1% no mercado.

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