Uno Cabrio é um pequeno sonho

FiatOs bancos são esportivos, o som do motor é de um inconfundível turbo, a velocidade máxima é de 200 km/h, o vento no rosto é típico de um conversível. E o carro é um Uno. Não, eu não escrevi errado. E já que a opção Sporting do compacto não ficou tão esportiva assim, o Uno Cabrio é a versão dos sonhos. Dos sonhos até da própria Fiat, que teve a ideia do projeto pouco tempo antes de sua apresentação, no Salão do Automóvel do ano passado.

Foram apenas dois meses para desenvolver e construir o protótipo, que é muito mais que uma versão “mexida” do Uno tradicional. O carro ganhou reforços estruturais para garantir segurança e desempenho. Parte importante dessa engenharia foi aplicada à moldura do para-brisa, que não conta com o suporte de uma capota e, portanto, exigiu o uso de estruturas tubulares. A base continua a mesma do novo Uno, com adaptações específicas na suspensão (mais rígida, para suportar o peso adicional) e nos freios. Nesse caso, o protótipo recebeu os discos do Fiat 500 na traseira. O resultado é um carro mais baixo e de respostas mais precisas.


O alardeado conceito “round square” nem precisou de tantas modificações para explorar um novo potencial do Uno. Entraram elementos tridimensionais no para-choque dianteiro, acompanhados de um spoiler. A traseira exibe um conjunto de luzes exclusivo, que dá continuidade ao estilo proeminente da seção traseira, com direito a extensões aerodinâmicas dos apoios de cabeça. Quando foi exibido no Salão, esses apoios eram acompanhados de brake-lights de led. Mas, como o Uno Cabrio passou por adaptações para ser conduzido com segurança, os assentos foram substituídos. As rodas aro 17 agora são de 16.

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Tomadas de ar laterais e escape duplo são só estéticos. Porta-malas não abre e abriga reforço estrutural
O que poucos conseguiram ver no Salão foi o interior, onde estão algumas das melhores surpresas. Inspirações na Ferrari 250 GTO trouxeram bancos e painel revestidos de couro bicolor com costura grossa, câmbio de alavanca alta e manopla esportiva, pedaleiras e saídas de ar cromadas e vários indicadores analógicos. As agulhas vermelhas informam rotação do motor, pressão do turbo, pressão de óleo e nível de combustível. O clima esportivo não deixa dúvidas de que esse Uno não é o mesmo veículo urbano de antes.

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Velocidade aparece em mostrador digital, entre conta-giros e turbo. Indicadores de pressão estão próximos ao câmbio
Então é pisar no acelerador e, enquanto as tais agulhas começam a se mover pelo painel, o som do motor 1.4 16V de 152 cv (vindo do Punto T-Jet) convida a confirmar a aceleração de 0 a 100 km/h em 8,3 segundos, divulgada pela Fiat. Infelizmente, não tive como aferir. Mas as curvas precisas feitas sobre os pneus perfil 45 e as retomadas empolgantes foram suficientes para o Uno Cabrio marcar seu território. E a verdade é que o vento no rosto nem fica tão forte, já que o ângulo do para-brisa reduz a turbulência. A Fiat descarta criar uma versão para vender. Mas bem que poderia considerar a experiência na criação do futuro Palio Sporting. Não custa sonhar. Bancos esportivos, som de turbo....

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Desconstruindo o Uno
O estudo para a versão sem teto foi feito sobre uma unidade do próprio Uno, já que não havia tempo para começar em uma miniatura. Muito clay (a pasta marrom de modelagem, que aparece na foto) e testes foram necessários para encontrar a combinação de aerodinâmica e estabilidade. “Conversíveis normais atingem cerca de 80 kg de reforço estrutural, o Uno Cabrio ganhou 150 kg”, afirma Manuel Alexandre Ferreira, do centro de estilo da marca. Agora o conceito segue para sua primeira exibição internacional, no Salão de Buenos Aires, em junho.

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