O presidente da Telefonica, Antonio Carlos Valente, disse nesta quinta-feira (30), após a confirmação do acordo entre o governo e as teles
para execução do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), que é “muito
difícil” viabilizar a venda de conexões fixas de 1 Mbps com assinatura a
R$ 35 sem a venda conjunta com outros produtos, como telefone fixo.
“Continua muito difícil viabilizar, por meio de redes fixas, serviços a
R$ 35 de forma isolada. Cada vez mais as redes móveis como suporte do
acesso à banda larga passam a ser uma solução importante a acabam
dividindo o custo total”, disse Valente em entrevista no Ministério das
Comunicações, em Brasília.
Ele apontou que as teles não vão contar com qualquer tipo de subsídio
do governo para oferecer o serviço de banda larga de R$ 35. E que, por
isso, as empresas vão ter que “usar técnicas criativas para conseguir
colocar [o PNBL] de pé”.
Valente disse que acredita na possibilidade de que seja oferecido
dentro do plano um serviço de boa qualidade. Mas apontou que “muito
provavelmente” a Telefonica terá que fazer novos investimentos em
infraestrutura para viabilizá-lo.
Em 90 dias
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse nesta quinta-feira
(30) que os planos de acesso à internet com velocidade de 1 Mbps e valor
de assinatura de R$ 35, previstos no Plano Nacional de Banda Larga
(PNBL), começam a ser vendidos dentro de 90 dias.
Bernardo anunciou pela manhã que governo e teles tinham chegado a um acordo sobre a proposta do PNBL.
Para que o acordo saísse, o governo teve que abrir mão da exigência de
que as teles cumprissem com metas de qualidade do serviço, demanda feita
pela presidente Dilma Rousseff.
Quando o plano foi lançado, em 2010,
uma das expectativas era disponiblizar o serviço de 11,9 milhões de
domicílios para quase 40 milhões de domicílios até 2014. O custo da
tarifa estava cotado em R$ 15, para o plano com incentivos, com
velocidade de até 512 kbps (quilobits por segundo) e com limitação de
downloads e de R$ 35 para o plano comum, com velocidade de 1 Mbps.