O Ford New Fiesta hatch chega em setembro com a missão de ser uma das referências do mercado entre os compactos premium. Com bom design interno e externo, será vendido por R$ 46 mil e completará a gama já composta pelo sedã desde novembro do ano passado. Enquanto o modelo não chega ao Brasil, leia uma avaliação da Torque feita em parceria com o Edmunds.com para saber se vale a pena esperar.
A começar por dentro, o
acabamento do New Fiesta também é coberto de plástico como no Fiesta
nacional, mas com várias texturas diferentes, de ótimo toque e
qualidade, ou seja, do nível da história de acabamento da Ford
americana. O console central, com mostradores que lembram botões de
smartphones, é também uma bela sacada para deixar tudo íntimo e moderno
ao mesmo tempo. O painel de instrumentos tem ótima visualização e nunca
fica encoberto pelo volante – se o ajuste banco/volante estiver correto.
Já que começamos a falar
de bancos e volante, é preciso dizer que a posição de dirigir é
fantástica. Basta alguns segundos para ajustar tudo e acelerar para
perceber que o Fiesta é muito gentil com seu motorista. O volante fica
bem centralizado e vertical. Tem ótima pegada. Já a densidade da espuma
do assento é boa, e as abas laterais são bem envolventes, seguram mesmo o
motorista, ainda mais se ele for metido a piloto. Em ação, o resultado
dessa equação são respostas precisas e conforto, já que o motorista não
precisa ser contorcionista para fazer uma curva rápida, por exemplo. E a
assistência é bem modulada, a direção não fica muito mole ou muito dura
em alta.
A isso, soma-se o motor
1.6. Mal acreditamos estar num hatch compacto. Giramos a chave e ele
acorda pulsante, mas logo depois sossega e quase não é possível perceber
que ele está ligado. Engatamos a primeira marcha e sentimos firmeza: o
câmbio é ótimo, justo e preciso, do nível da caixa do Volkswagen Polo.
Pisamos no pedal e o Fiesta sai correndo, apressado, esperando o comando
do motorista de para onde deve ir. Tomamos um susto, esperávamos bem
menos, mas decidimos deixá-lo solto pra ver até onde iria.
Nesse momento a
estratégia pareceu equivocada. O Fiesta, em âmbito urbano, não tem
limite. Os 120 cv e 15,4 kgfm de torque do 1.6 16V (aqui terá o motor
Sigma de 115 cv e 16,4 kgfm) sobram para empurrar o carro e basta descer
uma marcha para ele virar um capetinha, sempre. Outra coisa legal é que
o câmbio tem as marchas de subida quase na mesma direção das outras, ou
seja, basta desengatar e engatar as marchas, quase que como num câmbio
sequencial, o que permite um condução mais vibrante. E os pedais são
distantes, um pé não precisa bater em outro em busca de espaço. Mas, ok,
se você pensou num Fiesta e quer andar manso, não tem problema, ele
também sabe ser dócil. Um exemplo disso é que, em velocidade de
cruzeiro, aos 100 km/h, o motor gira a apenas 2.500 rpm, sem barulho e
sem pedir pedal. Talvez se a suspensão fosse uns 15% mais mole, o Fiesta
sofresse menos em buracos.
A falta de ruído também
se deve ao trabalho aerodinâmico. O para-brisa, por exemplo, tem uma
lâmina extra dentro do vidro para diminuir o barulho, e os retrovisores
têm aletas que dispersam melhor o ar. Porém, a generosidade do Fiesta
com o motorista não é a mesma com os passageiros traseiros. O espaço lá é
no máximo razoável para duas pessoas. Três, só se uma delas for criança
e mesmo assim fica apertado. Espaço interno não é o forte do New Fiesta
hatch, mesmo que ainda um pouco melhor que o sedã na altura para os
passageiros traseiros.