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O Departamento Autônomo de Água e Esgotos (Daae) abre sete novos buracos por dia, em média, na pavimentação da cidade para fazer reparos na rede de água e esgotos devido a problemas causados pelo descarte irregular de detritos e dejetos pela população.
Este ano, a autarquia tem registrado uma média mensal de 219 obstruções de redes e mais 17 obstruções de ramais. No ano passado, a média mensal era de 226 obstruções de rede e 16 obstruções de ramal domiciliar.
Os problemas de obstruções de rede de esgotos e de ramal domiciliar (rede de esgoto que sai do imóvel e interliga a rede pública coletora) são causados, em sua maioria, por mau uso do sistema, ou seja, pelo lançamento de dejetos e detritos na rede coletora por parte da população. Entre os objetos descartados na rede estão absorventes higiênicos, fraldas descartáveis, panos e embalagens diversas que entopem o sistema de esgoto. Outro problema é o lançamento de óleos e gorduras, que têm consistência viscosa e obstruem o encanamento, causando refluxo nas casas e dificultando a passagem do esgoto quando endurecem no encanamento.
O descarte de detritos e a consequente abertura dos buracos nas ruas e vias da cidade para reparos na rede acaba provocando um outro tipo de problema estrutural - remendos na pavimentação. Valter Rozatto, secretário municipal de Obras Públicas, alerta para o problema lembrando que cerca de 50% da malha viária da cidade tem tempo de vida útil vencida, por isso, quanto mais buracos provocados pelos reparos do Daae, piores as condições das ruas e avenidas da cidade. Além disso, a durabilidade do asfalto é de dez anos, em média, mas pode sofrer variações de acordo com sua utilização, demanda de tráfego, tipos de veículos mais recorrentes nas ruas.
Meio ambiente
O rompimento ou a obstrução das redes de água e esgoto em decorrência do descarte irregular de detritos também pode provocar a contaminação de solo e córregos.
Há cerca de duas semanas, dejetos da rede esgoto atingiram o Córrego do Cupim devido à obstrução de um ponto da rede que passa pela Avenida Carminio Brambilla, no bairro Cidade Jardim. O problema foi causado por detritos da obra de manutenção do trecho da Vicinal Graciano da Ressurreição Afonso.
Devido à desobstrução de rede de esgotos sanitário e à limpeza de poços de visita feita pelo Daae rapidamente, evitou-se que uma grande quantidade de dejetos fosse lançada no córrego. Segundo o órgão, o volume de esgoto despejado causou baixo impacto ambiental.
Descarte regular
Para evitar problemas de obstrução da rede, o Daae orienta a população para cuidados mínimos - descartar absorventes higiênicos, fraldas, panos e outras embalagens de resíduos domésticos nos serviços de coleta.
No caso de óleos e gorduras, residências e estabelecimentos comerciais que manipulam alimentos devem instalar caixas de gordura. Os óleos residuais de frituras devem ser acondicionados em galões ou garrafas pet e encaminhados à coleta seletiva.
A autarquia também trabalha na prevenção do problema, efetuando limpezas na rede com um caminhão desobstruidor de esgoto, que tem hidrojateamento de alta pressão e sucção a alto vácuo.