O caso envolvendo o jovem Alan, 20 anos,
que denunciou ter sido vítima de homofobia dentro de uma loja em Araraquara, está aguardando para a semana que vem a complementação do
inquérito que seguirá para a Justiça. A vítima deve apresentar
testemunhas que acompanharam o tratamento discriminatório que recebeu
pelo casal acusado.
Logo após o fato ganhar destaque nos jornais eletrônicos, várias manifestações de solidariedade e apoio de pais, irmãos e
avós de homossexuais chegaram e aplaudiram a atitude de Alan. Um
advogado, pai de um jovem homossexual, se colocou a disposição do
comerciário para defendê-lo se houver necessidade.
Dentre as muitas manifestações de
solidariedade, uma delas destoou: a de uma mãe que soube da
homossexualidade do filho há quinze dias e diz que não aceita. “Vou
brigar para salvar meu filho”, afirma a mulher cuja identidade é mantida
em sigilo. Para ela, lidar com a homossexualidade do filho será uma
tragédia. Inconformada, ela entra em pânico ao imaginar o filho pelas
esquinas implorando um parceiro para o relacionamento. “Tenho o direito
de procurar um especialista para tentar reverter essa situação”, afirma a
mulher que está em estado depressivo desde o momento que ficou sabendo
dessa condição do filho.Para psicólogos que se especializaram no
assunto, como Maria Rocha, que é coordenadora de uma Escola que
trabalha com familiares em dificuldade em aceitar a situação, o grande
segredo é manter a calma e agir com naturalidade.
A opção sexual se manifesta na
puberdade, quando surge o interesse pelas relações sexuais. Para a
psicóloga, as figuras materna e paterna influenciam comportamentos, mas
não são determinantes. “Dessa forma, os pais não devem se desesperar ou
sentir culpas pelo desejo dos filhos em se relacionarem com pessoas do
mesmo sexo”, afirma. Para Maria Rocha, esse comportamento da mãe, que
não aceita a opção sexual do filho, não é uma ação rara, pelo contrário,
segundo ela, isso ocorre milhares de vezes por dia em todo o mundo.
“Ela deve procurar um psicólogo que não tem poder de mudar a opção
sexual de ninguém, mas ajuda em muito a aceitar as adversidades no meio
social”, afirma.
A recomendação da psicóloga para os pais
é que conversem com os filhos e aceitem de forma natural essa escolha.
“Isso vai resultar no fortalecimento da relação e cumplicidade em casa,
evitando a sensação de exclusão. Se ela acontece dentro de casa, na rua
será pior ainda”, conclui a psicóloga.